Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Dora Kramer
Descrição de chapéu

Articulação decorativa

Palacianos da política não se mexeram nas derrotas do governo Lula

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O governo mal experimentou o gosto da fortuna e já voltou à trilha dos infortúnios. Quarta-feira (24) era dia de faturar o caminhão de votos na aprovação do novo marco fiscal na Câmara, mas o que se viu foi o embarque em duas batalhas perdidas: perdeu para o centrão e adiante vai perder no embate com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

O êxito no dito arcabouço não foi obra do Palácio do Planalto, sabemos. Foi resultado da junção do realismo do ministro Fernando Haddad (Fazenda) com a esperteza do presidente da Casa, Arthur Lira.

Mesmo assim, o ambiente se prestava ao bater de bumbos. Seria um respiro, mas não deu tempo —o desacerto se impôs.

0
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva - Gabriela Biló/Folhapress - Folhapress

A proposta de reestruturação da Esplanada andou para o lado contrário do pretendido. Sem força para o enfrentamento, ao governo restou aceitar enfraquecer pastas caras ao PT e fortalecer outras ocupadas por partidos afeiçoados à centro-direita.

Aceitou-se a passagem do trator sobre o ministério do Meio Ambiente e se iniciou o que parece ser uma fritura de Marina Silva dentro e fora das fronteiras do Planalto.

Não foi à revelia do chefe que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, buscou diminuí-la dizendo que Lula é o "embaixador do meio ambiente do Brasil, não precisamos de outro". Mensagem clara sobre quem manda no jogo, a despeito do ganho pontual de Marina no embate com a Petrobras.

Desnecessário e arriscado. Se a ministra não tiver esquecido tudo e aprendido algo em sua desafortunada convivência com o PT, cedo ou tarde pedirá para sair. É indemissível, mas não é imune a humilhações.

Quanto à desfiguração da proposta original, o governo alega que aceitou perder um pouco para não perder tudo com a extinção de validade da medida provisória daqui a quatro dias. A MP foi editada em 1º de janeiro.

Nesse meio-tempo, os palacianos da política não se mexeram e, por essa e outras, são vistos como meros objetos de decoração.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.