Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Fraquejadas no futebol tornam clima pesado para vaga olímpica

O potencial das categorias de base é de alto nível, mas só isso não basta

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Uma das medalhas mais festejadas pelos torcedores brasileiros na Olimpíada do Rio foi a da conquista do título no torneio masculino de futebol. O ouro inédito veio no desempate por pênaltis contra a Alemanha numa cobrança de Neymar. Vale destacar que aquela campanha deu um lustre na badalada história do futebol do Brasil.

Só que agora tudo volta à estaca zero no plano olímpico, ou seja, a seleção brasileira enfrenta uma nova etapa, sem qualquer vantagem, como qualquer outra equipe interessada nas disputas de Tóquio-2020. A tarefa tem início básico: a necessidade da conquista de uma das 15 vagas restantes dos Jogos, sendo que o Japão completa os participantes da Olimpíada na condição de anfitrião.

É um desafio natural, que não deveria provocar nenhum temor, pois exige somente o trivial —um planejamento competente— para um futebol como o do Brasil. Ocorre que por aqui não é bem assim. Além do impacto negativo dos fracassos da seleção principal nas últimas Copas do Mundo, as equipes masculinas das categorias de base também não escapam de tropeços.

A seleção sub-17, por exemplo, acaba de ser alijada das disputas do hexagonal final do Sul-Americano, no Peru. A equipe sub-20 também havia fraquejado, em fevereiro, no Chile, em sua classe no evento continental. Terminou em quinto, e o torneio apontou quatro equipes para o Mundial da Polônia.

Seleção brasileira sub-20 durante derrota para a Venezuela no Sul-Americano
Seleção brasileira sub-20 durante derrota para a Venezuela no Sul-Americano - Claudio Reyes - 1º.fev.19/AFP

Na Olimpíada, as seleções são integradas por jogadores até 23 anos, sendo que três deles podem ultrapassar o limite de idade. O futebol brasileiro conta com atletas de elevado padrão técnico e físico para formar um time com boas chances de classificação.

O torneio pré-olímpico sul-americano sub-23, previsto para acontecer na Colômbia (local ainda depende de confirmação), no início do próximo ano, é a oportunidade para a seleção nacional masculina carimbar seu passaporte. O campeão e o vice irão ao Japão. Restará ao terceiro colocado nova disputa numa repescagem.

Na campanha do ouro olímpico no Rio, a seleção teve o comando do técnico Rogério Micale, que deixou o cargo logo depois. Carlos Amadeu assumiu a seleção sub-20 e havia a expectativa de sua possível indicação para o time olímpico. Entretanto, o naufrágio no recente Sul-Americano Sub-20 provocou o seu afastamento.

As trombadas das seleções —exceto a feminina já classificada para a Olimpíada— geraram incertezas. Até o momento, a equipe olímpica masculina continua sem um comando.

Algum tempo depois das dificuldades enfrentadas na campanha de 2016, Micale lançou um alerta em entrevista. Destacou que o brasileiro acha que tem condições de ganhar tudo a qualquer momento e não faz um planejamento para a conquista vir naturalmente.

O ex-lateral-esquerdo Branco, tetracampeão do mundo em 1994, é o coordenador das categorias de base da CBF, a confederação brasileira da modalidade. Sem competições à vista, a indicação de um novo treinador olímpico deixa a entidade mais folgada para a escolha.

O potencial dos jogadores brasileiros das categorias de base é de alto nível, forte, mas apenas isso não basta. É preciso muito mais, principalmente de um planejamento adequado. A julgar pelas malsucedidas campanhas das seleções nacionais, a performance dos cartolas da CBF continua em xeque. Todas as seleções dependem da entidade.

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