Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Breaking vai ao COB e discute Olimpíadas de Paris

Modalidade fará sua estreia em Jogos na edição de 2024

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A inclusão da dança breaking nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, de certa forma surpreendeu os esportistas em geral que normalmente costumam focar suas atenções em modalidades mais tradicionais. É que o COI (Comitê Olímpico Internacional) mudou um pouco seus interesses no mundo dos esportes e agora procura contemplar atrações para jovens.

Foi nesse pacote de novidades, e com a nova visão da cartolagem, que a escalada esportiva, o skate e o surfe também entraram nas Olimpíadas, e tiveram disputas nos recentes Jogos de Tóquio. O Brasil viu a iniciativa com bons olhos, já que tem atletas de alto nível no skate e no surfe, com ficou evidente com as medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos do Japão. Também vislumbra sucesso na dança breaking.

O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, justificou também a inclusão dos quatro esportes no programa olímpico alegando que eles contribuem para tornar os Jogos mais equilibrados em termos de gênero e mais urbano, além de oferecerem a oportunidade de uma conexão com a geração jovem.

Evento de breaking em Paris, cidade que sediará a estreia da modalidade em Olimpíadas
Evento de breaking em Paris, cidade que sediará a estreia da modalidade em Olimpíadas - Jean-Philippe Ksiazek - 29.mai.2021/AFP

O que é o breaking? Trata-se de um estilo de dança de rua, que despontou em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970, em encontros de afro-americanos e de latinos. É executada ao som do hip-hop, funk ou breakbeat.

Com a aproximação das Olimpíadas de Paris não há mais tempo a perder para que o COB (Comitê Olímpico do Brasil) coloque o breaking dentro do seu planejamento para o evento na França. Com essa preocupação, na quinta (11), o comitê promoveu a primeira reunião presencial com o CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva).

Fundado em 20 de fevereiro de 2013, o CNDD é associado ao World Dancesport Federation e promove, orienta, regula e realiza campeonatos de dança esportiva no país, segundo informação do COB sobre o encontro. O presidente da CNDD, Patric Machado Tebaldi, ressaltou que a modalidade é chamada de dança breaking no Brasil.

O esporte foi introduzido nos Jogos da Juventude, em Buenos Aires, em 2018 e chamou atenção do público. O torneio na Argentina não teve a presença de B-boys e nem de B-girls brasileiros, denominações pelas quais os competidores são conhecidos.

A exemplo do skate e do surfe, Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, manifestou entusiasmo com a nova modalidade olímpica por ser "muito interessante, com uma plástica sensacional" e destacou que o comitê tem uma boa expectativa sobre os resultados desse esporte.

A entrada no programa olímpico simboliza para o breaking uma vitória contra o preconceito, assim como foi com o também marginalizado skate e com o surfe, pontuou reportagem recente desta Folha, de autoria de João Gabriel, Vinicius Martins e Zanone Fraissat.

O pernambucano Nelson Triunfo, 67, o precursor da modalidade no Brasil, disse que a internet fez o breaking e o hip-hop ganharem projeção mundial e padronizou as nomenclaturas em inglês. E mais: ele diz que hoje o Brasil influencia os passos do mundo, tal qual foi com o futebol.

Na rua 24 de Maio, no centro de São Paulo, tem o Marco Zero do Hip-Hop, uma placa de mármore no chão, homenagem a Triunfo e seus colegas pelo pioneirismo. Tudo aponta para grandes chances de pódio em Paris. Será?

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