No passado, os motoristas conheciam seus carros. Agora, é a vez de os carros conhecerem seus motoristas.
A mudança promovida pela inteligência artificial faz o automóvel interagir com o usuário por meio de assistentes virtuais. Os novos sistemas são capazes de responder a perguntas complexas de forma direta, um passo adiante dos comandos de voz conhecidos desde o início da década.
A empresa brasileira LogiGO desenvolve a atendente Lia. Incorporada à central multimídia, auxilia pessoas que não entendem nada de mecânica.
Ao perguntar “O que significa essa luz que parece a lâmpada do Aladim?”, Lia exibe a imagem que representa o sistema de lubrificação do motor e oferece mais explicações, sempre baseadas no manual do veículo.
A assistente virtual não precisa ouvir jargões técnicos para entender o que o motorista deseja e, caso não consiga elaborar uma resposta a contento, é capaz de aprender com o uso e oferecer mais possibilidades a cada atualização de seu sistema.
O passo seguinte é fazer sugestões ao usuário, e aí entra uma forma de monetizar os serviços.
Ao cruzar dados de consumo do carro, condições do trânsito e quantidade de combustível, Lia pode sugerir que está na hora de reabastecer e indicar um posto próximo que seja parceiro comercial. Da mesma forma, estará apta a indicar restaurantes, lojas em promoção etc.
No Salão do Automóvel de Tóquio 2019, a Toyota apresentou o programa Yui, capaz de reconhecer emoções. Câmeras e sensores leem as expressões faciais e, por meio de inteligência artificial, tentam melhorar o humor de quem está zangado, despertar sonolentos ou apenas acompanhar a alegria de quem sorri ao volante.
A interação pode ocorrer por meio de mudanças na iluminação interna do carro e perguntas ao motorista.
O equipamento consegue escolher músicas de acordo com as preferências dos ocupantes e assim tornar a viagem mais agradável.
Em um futuro não muito distante, Lia e Yui irão dialogar com Alexa, Siri e outros assistentes virtuais instalados em casas, smartphones e demais equipamentos conectados.
Para as montadoras, será uma possibilidade de tornar seus carros mais atraentes e amigáveis, além de conseguir lucrar com a comercialização dos serviços oferecidos por parceiros.
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