Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Outubro registra nova alta na venda de automóveis e confirma retomada

Apesar do crescimento, montadoras lidam com falta de insumos e capacidade ociosa elevada

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Outubro já é o melhor mês para o setor automotivo nacional em 2020. A soma das vendas de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões será próxima de 215 mil unidades, de acordo com dados prévios baseados no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).

O resultado acumulado até quinta-feira (29) indica uma alta de 2% a 4% sobre setembro, quando houve 207,7 mil emplacamentos.

O setor automotivo espera números ainda melhores em novembro e dezembro, embora saiba que não será possível superar o último bimestre de 2019. Os números futuros dependem, principalmente, do andamento da pandemia de Covid-19.

Ao olhar pelo retrovisor, as fabricantes lembram que a situação segue crítica. Na comparação entre os meses de outubro de 2019 e de 2020, a queda deverá oscilar entre 14% e 16%, de acordo com os dados do Renavam.

A recuperação atual já era esperada pela Anfavea (associação que representa as montadoras instaladas no Brasil). No início deste mês, a entidade revisou suas previsões para o ano. A queda estimada em 40% no mês de julho foi reduzida para 31%.

Em janeiro, quando a Covid-19 ainda não era vista como uma pandemia, a entidade acreditava em uma alta de 9,4% nos emplacamentos.

Mas a retomada tem seus entraves. A falta de insumos pode travar algumas linhas de montagem, como já ocorre em unidades que produzem caminhões pesados –a demanda segue alta devido ao agronegócio, com gargalos e filas de espera.

Há também queda na produtividade como consequência da pandemia. Para reduzir o contato social, o número de trabalhadores por turno está reduzido.

Ao mesmo tempo, as montadoras operam com elevada capacidade ociosa, que deve permanecer assim ao longo de 2021.

Os fatores que influem atualmente na indústria automotiva pareceriam contraditórios em um ambiente de normalidade.

As fabricantes focam no varejo e têm sido pressionadas pelas locadoras, que precisam renovar suas frotas. De um lado está a rentabilidade; do outro, os grandes volumes.

Com os seguidos aumentos nos preços dos carros –impulsionados, principalmente, pela alta do dólar–, a facilitação do crédito se torna fundamental para sustentar as vendas de veículos zero-quilômetro.

Ou seja: os automóveis estão mais caros, as montadoras trabalham muito abaixo de suas capacidades, o consumidor depende dos bancos para fechar negócio e, mesmo assim, pode haver falta de veículos e filas de espera mais longas em 2021.

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