Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Ano termina com crescimento de 3% na venda de veículos leves e pesados

Falta de peças e alta de preços marcaram o 2021 do setor automotivo

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O ano de 2021 termina com 2,1 milhões de veículos leves e pesados emplacados. O dado, que se baseia no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) apurado até o dia 29 de dezembro, é frustrante para o setor automotivo. O crescimento será de aproximadamente 3% em relação a 2020.

O resultado está distante do sonhado em janeiro, quando a Anfavea (associação das montadoras) previa crescimento de 15% nas vendas. A previsão era até conservadora: a Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos) esperava alta de 16% nos licenciamentos.

Onix Joy passa por atualização visual
Chevrolet Joy, antiga versão do compacto Onix, sai de linha no mercado nacional - Divulgação

Havia razões para o otimismo: o mercado passou por forte recuperação no segundo semestre de 2020, e o mês de dezembro daquele ano registrou média diária de 11,6 mil unidades comercializadas. Um ano depois, o número está em 9.700 veículos/dia.

De lá para cá, o interesse pela compra de um automóvel novo se manteve, apesar de o cenário econômico desestimular grandes investimentos em bens de consumo. Mas faltaram peças e, por consequência, carros.

Cerca de 300 mil automóveis deixaram de ser produzidos neste ano, principalmente devido à escassez de semicondutores. O fornecimento apresenta sinais de melhora, mas a regularização só deve ocorrer no segundo semestre de 2022.

Não há, no entanto, ilusões quanto a um avanço vultoso no próximo ano. Espera-se pelo mau humor da economia em ano eleitoral, e a alta acumulada dos preços se soma ao crédito mais caro. A elevação da taxa Selic já se reflete nos financiamentos automotivos.

No início de dezembro, uma pesquisa feita pelo portal de classificados Webmotors mostrou quanto os entrevistados estavam dispostos a gastar em um carro. Segundo o levantamento, 68% dos que pretendem adquirir um veículo querem pagar até R$ 60 mil. Para esses potenciais clientes, restará recorrer ao mercado de usados.

O reposicionamento do portfólio das montadoras vai se estender por 2022, com diversos modelos e versões sendo descontinuados, enquanto novas opções chegarão ao mercado.

Entre as baixas estão os Chevrolet Joy (hatch e sedã), as versões flex das picapes S10 (também da General Motors) e Toyota Hilux, o Honda Fit, o Fiat Uno e o Volkswagen Fox.

Alguns carros estão sendo "aposentados" por não haver interesse comercial em adequá-los às novas regras ambientais. A partir de janeiro, automóveis novos nacionais terão de atender à sétima etapa do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares), com reduções nos níveis de ruídos e de emissões.

O lugar dos que saem será ocupado por modelos como o Citroën C3, o Honda City hatch, a picape Chevrolet Montana cabine dupla e o Volkswagen Polo Track.

Contudo não há carros novos com preços abaixo de R$ 60 mil no horizonte. Os modelos zero-quilômetro mais em conta devem partir de R$ 65 mil.

O cenário faz os lojistas correrem atrás de carros usados, que hoje são mais rentáveis para os revendedores do que os modelos zero-quilômetro.

Segundo a KBB Brasil, empresa especializada na precificação de carros, os veículos ano 2018 tiveram uma alta média de 19,64% ao longo de 2021.

Mas o crédito mais caro também impacta o setor de seminovos, que pode não repetir o desempenho deste ano. Até novembro, 13,9 milhões de veículos usados haviam sido negociados no país, uma alta de 23,9% na comparação com 2020.

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