O Volkswagen Gol deixou uma herdeira: a picape Saveiro. O modelo, que é o último derivado da plataforma do hatch, será renovado neste ano e vai gerar a contratação de cem funcionários na fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
"O mercado tem pedido esse tipo de carro, então a partir de maio a produção irá aumentar", disse, em vídeo, Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Os contratos são temporários e vão vigorar de maio a dezembro, de acordo com a entidade.
A picape deve estrear no fim do primeiro semestre com mudanças de estilo e novos equipamentos. Uma das novidades será a estreia de versões com câmbio automático, seguindo o que fez o grupo Stellantis com a Fiat Strada (a partir de R$ 98 mil), atual líder de mercado.
O interesse por esses utilitários vem crescendo no país, com lançamentos em diferentes tamanhos. No nicho dos modelos compactos, as montadoras encontram a rentabilidade que perderam nos hatches populares.
Hoje a Saveiro mais em conta é a Robust com cabine simples. Custa R$ 93,4 mil e tem motor 1.6 16V flex (116 cv). Os principais itens de série são ar-condicionado, direção hidráulica e acionamento elétrico dos vidros e das travas.
O segmento também foi movimentado pela chegada da nova Chevrolet Montana (a partir de R$ 118,7 mil, sempre com cabine dupla). Em março, o modelo teve 3.988 unidades emplacadas, de acordo com a Fenabrave (associação dos revendedores de veículos).
Com as mudanças na linha 2024, a Saveiro deve se tornar mais competitiva no varejo. No último mês, 94% dos 2.637 licenciamentos da picape compacta da VW foram atribuídos às vendas diretas, que incluem locadoras e demais frotistas.
A líder Strada teve 9.935 unidades comercializadas em março. O resultado garantiu a primeira colocação geral com folga: o Hyundai HB20, segundo colocado, teve 8.363 emplacamentos.
Apesar das contratações, o sindicato segue o discurso das montadoras e não espera um ano próspero.
"A projeção é de queda tanto de produção como de vendas, influenciada pela alta taxa de juros", afirmou Damasceno. No vídeo divulgado nesta quinta (6), ele mencionou ainda a falta de linhas de crédito e o endividamento das famílias como problemas que afetam o mercado automotivo.
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