O Volkswagen Golf completa 50 anos com a missão de bancar o futuro da marca. Carro mais vendido da história da empresa, o hatch médio precisa manter o sucesso comercial em diferentes versões para sustentar a transição energética.
A celebração começa com mudanças na oitava geração do modelo, que chega ao mercado europeu com motorização a gasolina ou híbrida. A nova opção elétrica será lançada ainda neste ano na Europa.
No fim de 2023, Ciro Possobom, presidente da Volkswagen no Brasil, confirmou ao site Motor1 o interesse em importar o hatch. O modelo deve retornar ao Brasil entre o segundo semestre de 2024 e o início de 2025, com importação restrita a versões mais caras.
O principal candidato é o Golf GTI com motor 2.0 turbo e 265 cv de potência. O modelo, que saiu de linha no país em 2019, segue valorizado no mercado de usados.
Por se enquadrarem em estratégias de descarbonização, o híbrido GTE e o futuro elétrico também podem chegar ao mercado nacional.
Para a Volkswagen, fortalecer a imagem global de seu carro mais icônico é uma necessidade diante do avanço dos chineses em eletrificação –e o problema não se restringe aos carros recarregáveis na tomada.
A montadora precisa manter seus carros a combustão em alta para bancar os altos investimentos que tem feito em veículos elétricos. A aceitação de produtos da linha iD não tem ocorrido como o esperado, e não é possível reduzir valores a ponto de concorrer com marcas como BYD e GWM.
Se é difícil competir em preço, resta apostar em características como tradição, reputação da marca e confiabilidade. O Golf se enquadra nesses pontos.
A história do hatch começa em março de 1974, quando a primeira unidade do carro desenhado por Giorgetto Giugiaro foi produzida. A versão mais em conta tinha motor 1.1 com 50 cv.
O sucessor do Fusca fez sucesso. O primeiro milhão de unidades vendidas foi alcançado em 1976, ano de lançamento do Golf GTI, equipado com motor 1.6 (110 cv). Com cerca de 800 quilos, o esportivo chegava aos 100 km/h em pouco mais de nove segundos.
A segunda geração foi lançada em 1983 e trouxe inovações como o catalisador para redução de emissões de poluentes. Havia também a versão Syncro, equipada com tração integral.
A terceira geração estreou em 1991 e veio ao Brasil três anos depois. Em fevereiro de 1994, a Volkswagen alugou o Autódromo de Interlagos para apresentar a versão GTI, que foi o seu primeiro carro importado oficialmente após a reabertura do mercado nacional.
Em 1999, teve início a produção do hatch médio em São José dos Pinhais (PR). O Golf chegava à quarta geração com diferentes versões, e o país conheceu modelos com motor 1.6, 2.0, 1.8 turbo e até 2.8 V6, produzido em série limitada.
Mas o Brasil não recebeu as duas gerações seguintes. No lugar dessas foi lançado o modelo apelidado de "quatro e meio", que seguiu em linha até o lançamento da sétima geração, em setembro de 2013. Era a estreia da plataforma MQB no mercado nacional.
Após um período de importações, o hatch voltou a ser produzido no Brasil em janeiro de 2016, permanecendo em linha até o fim de 2020.
A oitava geração foi lançada na Europa no fim de 2019. A atualização feita na linha 2024 traz recursos extras de conectividade e uma enorme central multimídia.
Quando voltar ao Brasil, esse novo Golf vai seguir o caminho de hatches esportivos como Toyota GR Corolla e Honda Civic Type R, que chegaram com baixo volume e preço elevado. Contudo, enquanto os japoneses ultrapassaram a faixa de R$ 400 mil, a versão GTI do Volkswagen deve beirar os R$ 300 mil.
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