Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu folha mauá carro elétrico

BYD Dolphin passa por teste de desempenho e consumo; veja resultados

Carro elétrico chinês é vendido em duas versões no mercado brasileiro

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As perguntas começaram assim que o BYD Dolphin estacionou no Circuito Panamericano, pista construída pela Pirelli em Elias Fausto (interior de São Paulo). O carro elétrico chinês era um estranho no ninho de esportivos movidos a litros de gasolina.

A ida com o hatch até o evento Motorfast Day, realizado em agosto, foi o pretexto para ver como o modelo se sairia em um teste rodoviário de 240 quilômetros (ida e volta).

Carro elétrico mais vendido do momento, o Dolphin custa R$ 149,8 mil na versão de 95 cv. Em outubro chega a opção Plus, com 204 cv e maior autonomia, por R$ 179,8 mil.

BYD Dolphin passa por carros esportivos e clássicos na pista do Circuito Panamericano, em Elias Fausto (interior de São Paulo)
BYD Dolphin passa por carros esportivos e clássicos na pista do Circuito Panamericano, em Elias Fausto (interior de São Paulo) - Folhapress

A estratégia da BYD é semelhante à adotada por marcas como Volkswagen e Chevrolet com seus compactos: estabelecer diferentes patamares de preços de acordo com a potência do motor e a lista de equipamentos.

Dessa vez, o Dolphin avaliado foi o mais "fraco". Antes da viagem, o Instituto Mauá de Tecnologia fez suas medições. A prova de aceleração do zero aos 100 km/h, por exemplo, foi cumprida em 11,8 segundos. O resultado é um pouco inferior ao obtido pelo Honda City Hatchback 1.5 flex (11 segundos).

A versão mais cara desse City é vendida por R$ 134,6 mil. Os potenciais clientes desse carro já olham com atenção para modelos como o Dolphin, principalmente os que trafegam mais na cidade. Na estrada, contudo, é preciso atenção, e essa foi umas das perguntas feitas no Circuito Panamericano.

A 90 km/h em uma rodovia, é possível rodar 306 quilômetros até a bateria ir dos 100% ao zero. O cálculo é baseado na média obtida no teste Folha-Mauá, mas essa autonomia cai de acordo com o aumento da velocidade. Assim sendo, não seria possível ir até a cidade de Elias Fausto e retornar para São Paulo sem reabastecer as baterias.

Aí veio outra pergunta: o que fazer para voltar à capital já que o mostrador indicava 120 km de alcance? A resposta estava nos carregadores instalados na pista da Pirelli, serviço que ainda não é cobrado. Bastou plugar o Dolphin por duas horas para ter energia suficiente no retorno.

Antes da viagem, chega o momento de se ambientar com esse BYD. Sua cabine é repleta de excessos, a começar pela tela giratória: o motorista aperta um botão localizado no volante e aquele tablet passa da horizontal para a vertical.

O carro testado trouxe forração semelhante ao couro com partes em bege ou cinza escuro, além de frisos alaranjados. O desenho das maçanetas remete às nadadeiras de um golfinho – ou dolphin, em inglês. O hatch faz parte da família marítima da montadora chinesa, que inclui o sedã Seal (foca) e o subcompacto Seagull (gaivota).

O Dolphin tem seis airbags, ar-condicionado, direção com assistência elétrica e assistente de partida em rampa. Na hora de manobrar, câmeras criam uma imagem 3D do carro e a projetam na tela do sistema multimídia.

Os alto-falantes emitem um barulho agudo quando se aciona o seletor de marcha. Parece o tilintar de sinos tubulares e serve para alertar pedestres da aproximação do carro. O som cessa aos 25 km/h, felizmente.

Ao sair da garagem, é vida normal. Carros elétricos de potência mais baixa não têm reações abruptas como as do Porsche Taycan Turbo S, por exemplo. O Dolphin se parece com um bom carro compacto convencional no dia a dia.

Há espaço de sobra para quatro ocupantes e porta-malas com capacidade para 345 litros de bagagens. Por causa das baterias, o assoalho é um pouco mais alto que o normal. Isso prejudica a acomodação no banco traseiro, mas é tolerável.

Após alguns quilômetros, o motorista esquece que está em um carro 100% elétrico, e esse é o segredo do sucesso. O BYD Dolphin não exige adaptações, exceto uma: enquanto a infraestrutura ainda é insuficiente, é preciso checar se há pontos de recarga disponíveis ao longo da viagem.

BYD Dolphin

Preço: R$ 149,8 mil
Motor: elétrico, dianteiro
Potência: 95 cv
Torque: 18,4 kgfm
Transmissão: câmbio de marcha única
Bateria: ion-lítio, 44,5 kWh
Pneus: 195/60 R16
Peso: 1.405 kg
Porta-malas: 345 litros
Comprimento: 4,13 m
Largura: 1,77 m
Altura: 1,57 m
Entre-eixos: 2,70 m
Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 11,8
Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 9,3
Frenagem: (80 km/h a 0): 35,3 m
Consumo urbano (kW/100 km): 12,7
Consumo rodoviário (kW/100 km): 14,5

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