Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Ônibus elétricos urbanos da chinesa Ankai chegam ao Brasil; veja vídeo

Veículos são importados pelo grupo SHC; preço pode chegar a R$ 3 milhões

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Após BYD e TEVX Higer, uma nova marca chinesa de ônibus urbanos elétricos anunciou nesta quinta (11) sua chegada ao Brasil. Os veículos estão sendo importados pelo grupo SHC, do empresário Sergio Habib.

Todos os veículos têm carrocerias monobloco —segundo a empresa, esse tipo de construção permite reduzir o peso em até duas toneladas quando comparados aos elétricos de construção convencional (chassi e carroceria).

Ônibus elétricos da chinesa Ankai perfilados lado a lado em pátio
Ônibus elétricos da chinesa Ankai chegam ao Brasil - Divulgação

O grupo importador atua no segmento automotivo há mais de 30 anos. Em 2018, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial devido a prejuízos acumulados com a queda nas vendas entre 2014 e 2016, mas seguiu com os negócios.

Habib foi um dos pioneiros na importação de carros no início da década de 1990, quando trouxe a marca Citroën. Na década passada, promoveu a estreia da JAC Motors no país, que hoje está focada em carros de passeio e veículos comerciais 100% elétricos.

Ao entrar no ramo de ônibus urbanos, o empresário vai lidar com prefeituras Brasil afora e terá de rever alguns conceitos, a começar pela necessidade de recursos públicos para viabilizar o negócio.

Habib afirma que sempre foi contrário a subsídios, mas que não é viável investir no segmento de transporte de passageiros sem esses recursos. "Qualquer ônibus que iremos ver no caminho neste horário [11h30 da manhã] vai ter seis ou sete pessoas lá dentro, e [o prestador do serviço] é obrigado a ter um ônibus a cada 10 minutos. A conta não fecha, alguém tem que pagar."

Essa conta, de fato, é alta. Pelos cálculos do importador, um modelo 100% elétrico com capacidade para 80 passageiros custa entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões. Já a opção equivalente a diesel é comercializada por aproximadamente R$ 900 mil.

Os ganhos ambientais, entretanto, são relevantes. Segundo uma pesquisa do Mobilab/USP (Laboratório de Estratégias Integradas da Indústria da Mobilidade da Universidade de São Paulo), os ônibus que não trazem um motor a combustão são os que menos emitem gases de efeito estufa. A conta considera o ciclo de vida completo do veículo: aquisição, operação, financiamento e descarte.

Segundo o estudo, os modelos 100% elétricos emitem 60% a menos de CO2 e, ao se considerar todos os gastos envolvidos, incluindo a aquisição dos veículos, a operação custaria cerca de 1% a mais do que o modal a diesel.

Outra vantagem está no silêncio ao rodar. Em uma viagem por ruas da cidade de São Paulo, o ônibus da Ankai mostrou maior conforto acústico, além de vibrar pouco. Todos os assentos dispõem de entrada USB para recarga de smartphones.

Há ainda ar-condicionado, piso baixo para facilitar o acesso e câmera de ré. O comprador pode escolher um entre três packs de baterias disponíveis para cada versão, e a autonomia pode chegar a 350 km com uma carga completa.

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