Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Elio Gaspari

Uma banda do tucanato eriçou-se porque Fernando Henrique Cardoso disse que, na hipótese de aparecer um candidato a presidente com capacidade de unir o centro, o PSDB deve apoiá-lo, mesmo que não pertença ao partido: "Vai fazer o quê?"

Esse enunciado do óbvio foi entendido como uma joelhada na candidatura do governador Geraldo Alckmin e FHC soltou uma nota explicando-se, sem desmentir-se.

FHC duvida que a candidatura de Alckmin voe. Apesar de existirem diversos tipos de doidos, nunca se soube de alguém que entrasse em avião sabendo que ele ia cair.

XÔ, CLINTON

O jornalista Michael Wolff revelou no seu livro "Fire and Fury" que Donald Trump dava por certa a sua derrota na eleição de 2016.

O Trumpistão que se instalou na Casa Branca deriva, em parte, dessa perplexidade. Não foi Trump quem ganhou, foi Hillary Clinton, com sua postura majestática, quem perdeu. Se Deus tiver pena do Partido Democrata, dará um jeito de livrá-lo do casal Clinton na campanha deste ano.

JUDEUS NA PORTELA

Luis Carlos Magalhães, presidente da Portela, lembra que sua escola de samba vai para a Sapucaí com um enredo intitulado "De Repente de Lá pra Cá e Dirrepente de Cá pra Lá...."

Nele contará a história dos judeus que viviam no Recife durante a ocupação holandesa (1630-1654) e foram expulsos depois da restauração. Um grupo de 23 deles bateu na atual Nova York. Eram quatro casais, duas viúvas e 13 crianças. Comeram o pão que Asmodeu amassou, porque o governador holandês não queria judeus na sua terra.

QUEM?

O ministro Henrique Meirelles, com familiares e alguns amigos, começou o ano na festa do terraço do hotel Emiliano, no Rio.

Uma pessoa que estava por perto garante que nenhum garçom sabia quem era aquele careca feliz.

Para candidato a presidente, é um mau começo, pois quem decide eleição é a cozinha.

PROVOCAÇÃO

O prefeito tucano de Porto Alegre, doutor Nelson Marchezan Jr., teve a primeira péssima ideia do ano. Pediu ao presidente Michel Temer que coloque tropas do Exército nas ruas de sua cidade no dia 24, quando o TRF-4 julgará Lula.

Marchezan diz que fez isso "para proteger o cidadão e o patrimônio público". Acredita quem quiser. O Rio Grande é protegido por uma brigada com 18 mil militares.

O nível de inteligência dessa iniciativa pode ser comparada ao dos "generais do povo" que puseram tanques para enfeitar as cercanias do comício da Central no dia 13 de março de 1964.

PORTO ALEGRE

Há no PT uma articulação para transformar o ato de apoio a Lula num espetáculo de ordem. Para isso, haverá um esquema de pacificação, de olho em provocadores.

O comissariado escaldou-se com o que aconteceu em Brasília em abril. Dentro da manifestação petista havia um grupo escolhido para invadir o Congresso. Antes que ele se mexesse, mascarados, saídos sabe-se lá de onde, começaram a quebrar prédios da Esplanada dos Ministérios.

O quebra-quebra levou o governo a botar uma tropa do Exército na rua, dizendo que atendia a um pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o que era falso.

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