Um sofrido observador das entrevistas de Jair Bolsonaro acredita que decifrou pelo menos um aspecto do seu estilo: “Toda vez que ele se destempera e xinga a mãe de quem lhes faz perguntas, é possível que tenha havido algum descontrole, mas houve acima de tudo uma reação controlada, cujo objetivo era chamar atenção para o descontrole.”
Está no YouTube um vídeo de 15 minutos intitulado “Bolsonaro anda de moto com generais, conversa com apoiadores e encontra policiais - Dia dos Pais”, de agosto do ano passado. Nele, aos 2m14s, pode-se ver como Bolsonaro se comporta ao ouvir algo impertinente.
O dilema petista
Lula e os comissários petistas estão sendo obrigados a dar nós em pingos d’água. Imaginando-se uma reunião com cinco notáveis, vê-se que dois deles defendem posições ortodoxas, enquanto os outros três preferem alianças e muitas conversas.
O problema está no fato de que os dois ortodoxos têm seguidores capazes de ralar o frio de Curitiba durante o encarceramento do chefe.
Ademais, não se lambuzaram nas roubalheiras.
Bolsonaro e Thaís
Jair Bolsonaro chamou a jornalista Thaís Oyama, autora do livro “Tormenta”, de “essa japonesa que eu não sei o que faz no Brasil”. Ela faz o mesmo que ele: vive no país onde nasceu. Oyama é neta de japoneses e Jair é bisneto de italianos.
Por mais preconceitos que tenham ofendido os japoneses, foram migalhas se comparados com as ofensas atiradas contra os italianos.
Delas, a mais interessante partiu de um ilustre quatrocentão ao referir-se a Alfredo Buzaid, ministro da Justiça do presidente Médici.
“Não se pode confiar nos italianos, veja o caso desse Buzaid.” (Ele descendia de imigrantes do Oriente Médio.)
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