Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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A boa estatística de 2020 sobre pobreza e desigualdades sociais

Banco Mundial mostra impacto de auxílio, 31 anos após Suplicy ser visto como excêntrico por seu Renda Básica da Cidadania

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O Banco Mundial pôs na rede três estudos sobre a pobreza e as desigualdades sociais de Pindorama. Coisa fina. Intitula-se "Brazil Poverty and Equity Assessment" (Uma avaliação da pobreza e da desigualdade no Brasil) e tem três capítulos.

Um deles trata do Brasil no tempo da Covid e traz uma informação surpreendente.

Fila para o saque da primeira parcela do auxílio emergencial em 2021
Fila para o saque da primeira parcela do auxílio emergencial em 2021 - Jardiel Carvalho - 30.mar.2021/Folhapress

Simulações mostram que, graças ao auxílio emergencial pago em 2020 a 67 milhões de pessoas, a porcentagem de pessoas vivendo com menos da metade de um salário mínimo caiu em cerca de 7,1 pontos percentuais em relação a 2019.

Sem o auxílio, teria subido 1,3 ponto. Isso apesar da deterioração do mercado de trabalho.

Mais: com esse resultado, o andar de baixo teve um inédito refresco, e o índice de Gini, que mede a desigualdade social dos países, caiu (em 2020) para 0,474, o menor em muitas décadas. Sem o socorro, ele teria ido a 0,521.

Quanto maior o índice de Gini, mais injusta é a sociedade. O de Portugal está em 0,32.

O estudo do Banco Mundial atribui a bonança de 2020 ao período em que foi pago o auxílio de R$ 600 e deixa claro que depois disso andou-se para trás.

Passou o tempo e discute-se agora a permanência desse socorro social.

Uma coisa tem pouco a ver com a outra, mas, em 1991, quando o então senador Eduardo Suplicy propôs o seu programa de Renda Básica da Cidadania, foi visto como um excêntrico. Passaram-se 31 anos.

O deputado e médico baiano Antônio Ferreira França apresentou seu projeto de extinção gradual da escravidão em 1830. Aos poucos, ela acabaria em 1880. Só acabou em 1888.

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