Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Poderosos acionistas das Americanas conseguiram um prodígio

Numa encrenca bilionária, colocaram os bancos na posição de credores simpáticos

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Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, nesta ordem, os três poderosos acionistas das Americanas, conseguiram um prodígio: numa encrenca bilionária, colocaram os bancos na posição de credores simpáticos.

Fizeram isso subestimando o risco do silêncio de uma semana e superestimando o poder de suas palavras na nota que assinaram no domingo passado.

Fachada das Lojas Americanas
Fachada das Lojas Americanas, no Rio de Janeiro - Ueslei Marcelino - 12.jan.2023/Reuters

Proteção paterna

No auge da crise da tentativa de golpe contra sua presidência na Federação das Indústrias de São Paulo, houve dias em que Josué Gomes da Silva vestia um paletó folgado para suas medidas.

Terminada a fase crítica do golpe, vê-se que o paletó teve seus poderes.

A peça pertenceu ao seu pai, José Alencar, vice-presidente da República durante os dois primeiros mandatos de Lula. Em épocas difíceis, Josué veste-o.

Alencar morreu em 2011, aos 79 anos, tendo deixado um memorável patrimônio empresarial e político.

A Vaca Muerta argentina

Lula passou como um furacão por Buenos Aires e anunciou o interesse de seu governo em investir na produção de gás da reserva de Vaca Muerta, no norte da Patagônia argentina. Coisa de US$ 820 milhões que sairiam do velho e bom BNDES.

Noves fora a questão ambiental e a viabilidade da construção de um gasoduto que se interligue à rede nacional, fica uma questão. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia, em 2030 o Brasil poderá produzir 275 milhões de metros cúbicos de gás natural.

O Brasil tem no colo as reservas do pré-sal, que até 2030 poderão produzir 5,5 milhões de barris de petróleo, demandando investimentos fantásticos.

Os projetos energéticos argentinos são famosos pela sua durabilidade. O de Vaca Muerta já tem 12 anos de existência e embute a construção de um gasoduto bilionário. A exploração dessa reserva parece ser uma boa ideia, mas o gás de Vaca Muerta competirá com o que a Petrobras espera tirar do fundo do mar.

O maior perigo está no risco de se botar dinheiro num projeto para fazer boa figura e, logo depois, ter que botar mais dinheiro para que o projeto ande.

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