Ganha um fim de semana numa terra grilada da Amazônia quem souber o que levou Lula a chamar Michel Temer de "golpista". Na volta, Temer, pessoa que mede as palavras, chamou-o de "bandido".
Desde o seu primeiro dia de governo, o Lula diplomata compôs-se com Arthur Lira e seu centrão. Já o Lula palanqueiro, atirou no Banco Central e retomou a retórica do "nós contra eles". Vale lembrar que, durante a campanha eleitoral, o "eles" chamava-se Bolsonaro, e só.
Com o início do ano legislativo, começará a aguar a lua de mel que beneficia os governos nos seus primeiros meses, e Lula sabe que terá uma oposição fisiologicamente habituada ao conforto e ideologicamente encantada pela ferocidade.
Ataques varejistas erodem uma maioria parlamentar que será necessária para um governo que enfrentará dificuldades na economia e que promete aprovar uma reforma tributária.
Pelo andar da carruagem, Lula deixará uma parte da militância petista em estado de graça, mas terá dificuldade para aprovar até nomeação de diretor de hospital.
Fome e veto
De um aliado do arco democrático que se afastou de Bolsonaro e aproximou-se de Lula muito antes da campanha do ano passado, avaliando o comportamento do comissariado petista na formação do governo:
"É assustador. Tanto na apresentação de vetos, como na voracidade em busca de cargos."
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