A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) destacou-se durante a última campanha eleitoral chamando o padre Kelmon, franco-atirador de Bolsonaro, de "padre de festa junina". Tinha razão.
Durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid na CPI do 8 de janeiro, ela cortou a carnavalização dos trabalhos pedindo respeito aos colegas que faziam piadas com as visitas ao militar.
Não custa ouvi-la.
Oppenheimer, o filme
Felizmente, a greve de Hollywood começou depois que o filme "Oppenheimer" estava pronto e estreia nos cinemas brasileiros nesta semana.
Baseado no livro "American Prometheus", de Kai Bird e Martin Sherwin, lida com superlativos. O filme dura três horas, Sherwin levou 25 anos para escrever o livro e o físico Robert Oppenheimer dirigiu o laboratório de Los Alamos, onde os Estados Unidos produziram a primeira bomba atômica, explodida há 78 anos. Nesse mesmo dia outra bomba foi embarcada para o Pacífico e sua história é sabida.
Oppenheimer foi um gênio esquisito. Aos 9 anos pedia aos colegas que lhe fizessem perguntas em grego para respondê-las em latim. Depressivo, aos 21 foi a um psicanalista e ele dispensou-o, por considerá-lo um caso perdido de demência precoce.
Mulherengo e introvertido, fez a bomba e condenou sua proliferação. Nos anos 50 caiu nas malhas da caça às bruxas do macartismo. Teve revogado o seu acesso a informações secretas e morreu em 1967, com a reputação restabelecida.
O desempenho do ator Cillian Murphy no papel de "Oppie" foi saudado por quem viu o filme. Sem ser parecido com Oppenheimer, ficou igual a ele, graças ao seu talento. O diretor de "Oppeheimer", Christopher Nolan, foi quem fez "Dunquerque".
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