Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Flávia Boggio

Dados e evidências apoiam tomada de decisões na prevenção de catástrofes

Podemos construir um futuro mais sustentável se refletirmos sobre as práticas de dados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta coluna foi escrita para a campanha #ciêncianas eleições, que celebra o Mês da Ciência. Maria Alexandra Cunha é pesquisadora do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas e coordenadora no Brasil do projeto científico Dados à Prova d'Água.

Os deslizamentos de Petrópolis (RJ) são parte de uma enorme coleção de desastres ao longo dos anos. Enchentes em todo o país, afundamento do solo em Maceió, incêndios na boate Kiss em Santa Maria (RS) e no porto de Santos (SP), contaminação química num dos campi da USP, rompimentos de barragem em Florianópolis e em Mariana (MG) e Brumadinho (MG), de proporções inimagináveis.

Ilustração com um gráfico centralizado, as colunas são formadas por um tronco de árvore cortada e um edifício em chamas. Do lado esquerdo da imagem, há mais árvores cortadas e um incêndio no fundo. Do lado direito, há uma cidade inundada com casas sendo arrastadas pela água.
Publicada nesta quarta-feira, 13 de julho de 2022 - Galvão Bertazzi

Os dados atuam fortemente no gerenciamento de desastres, indo da prevenção e preparação do evento à resposta aos danos e posterior recuperação. Há atores interessados em que eles sejam acessíveis, como a imprensa ou o Ministério Público. Outros estão interessados em usá-los, como os governos e as vítimas. Ainda há os que querem escondê-los, como ocorre em eventos causados por grandes e poderosas empresas, ou no desmatamento da Amazônia.

A geração, a circulação e o uso de dados podem promover transformações rumo à sustentabilidade. O uso e a interpretação deles fornecem evidências para apoiar tomadas de decisões, informam as políticas que sustentam as transformações pretendidas e permitem monitorar e acompanhar o progresso das medidas.

A circulação de dados, ou seja, seu fluxo entre diferentes atores, possibilita o reconhecimento e a coordenação entre esses atores, facilita mudanças nos arranjos de governança e abre novos canais de comunicação.

A criação de dados é um catalisador para a aprendizagem social entre atores, desenvolvimento de consciência crítica e mudança de comportamentos. Em inundações, o engajamento da população na produção de dados pode complementar os modelos de previsão dos governos, além de aumentar o conhecimento sobre o fenômeno e a percepção de risco.

Podemos construir um futuro mais sustentável se refletirmos sobre as práticas de dados. Importa saber a quem interessam os dados, como eles são produzidos, como circulam, como são compartilhados e abertos. Isso vale para desastres, e também para todas as áreas de políticas públicas.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.