Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio
Descrição de chapéu Todas maternidade tiktok

Conheça o pipoqueiro traficante, o doente mascarado e a mãe plena

Com as redes sociais, o alastramento de novas lendas urbanas se tornou ainda mais rápido e potente

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A cultura brasileira é rica em histórias fabulosas. São lendas que surgem como acontecidas com um "amigo doamigo", conhecidas popularmente por "lendas urbanas".

Algumas das mais famosas são a Loira do Banheiro, o Chupa Cabra e o E.T. Bilu.

Com as redes sociais, o alastramento de novos mitos se tornou ainda mais rápido e potente.

A coluna apurou algumas das novas lendas mais populares entre os brasileiros.

O pipoqueiro traficante. Onipresente em grupos de escola, a lenda deve ter começado com uma desculpa a uma mãe para negar pipoca ao filho. Só engana quem acha factível polvilhar cocaína no petisco como se fosse sal, sendo que o preço da droga é equivalente ao do ouro.

Traficante de órgãos de boteco. Ele parece um homem simpático que oferece um drinque a uma moça sonhadora. Após o primeiro gole, ela acorda em uma banheira de gelo, sem um dos rins. Como se fosse simples retirar um órgão humano e colocá-lo em uma caixa térmica. Nem os irmãos Grimm criariam algo tão fabuloso.

Na ilustração de Galvão Bertazzi temos um pipoqueiro em forma de capeta. Ele está sorrindo em frente ao seu carrinho de pipoca segurando um saquinho na mão. Em cima do carrinho há um enorme saco de SAL F.A.B. ( fazendo referência à Força Aérea Brasileira )   . Em volta dele uma multidãoo de crianças ensandecidas e ligadonas correm em sua direção
Ilustração de Galvão Bertazzi para coluna de Flavia Boggio - 18 de abril de 2024 - Folhapress

O dono de mercado ecologista. O cidadão chega ao caixa com uma picanha e três tomates e é obrigado a pagar por uma sacola, porque o estabelecimento quer salvar o planeta. Ele sozinho vai salvar tartarugas marinhas. Pena que não passa de lenda.

O cidadão que anota o número do protocolo. Essa lenda é o sonho dos atendentes de telemarketing. Na vida real, o cidadão só finge que anota, enquanto navega no TikTok.

O bom passageiro. Ele respeita as filas de embarque no avião, põe o celular em modo avião e só desata o cinto após o aviso. Parece ser uma figura amável, mas ninguém nunca viu um exemplar vivo.

O doente mascarado. Parece um vilão de HQ, mas é o herói da história. A qualquer sintoma de resfriado, aparece em público com sua N95, preocupado em proteger o próximo. Diferente da maioria das pessoas, que anda com nariz nu cheio de coriza, é o único que aprendeu algo com a pandemia. Pena que é lenda.

A mãe plena. Ela é vista frequentemente em redes sociais, repetindo bordões como "ter filho transforma" e "maior amor do mundo". Nunca foram vistos exemplares vivos. Os únicos encontrados foram da espécie "mãe exausta" e "mãe de merda", como a colunista que vos escreve.

Em breve voltamos com mais lendas urbanas.

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