Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu Congresso Nacional

Congresso vai mais para a direita, mas segue aberto a entendimentos

Se eleito, não parece que Lula enfrentará obstáculos intransponíveis

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Na próxima legislatura, o Congresso irá um pouco mais para a direita e deve se tornar mais radical. A esquerda emagreceu e legendas tidas como mais ao centro perderam assentos para siglas próximas ao presidente. Nomes fortemente identificados a ele triunfaram nas disputas pelo Senado. Até o general Pazuello, o símbolo mesmo dos desatinos cometidos na pandemia, assegurou uma cadeira na Câmara, tendo sido o segundo mais votado no Rio de Janeiro. Isso significa que Lula estará em maus lençóis, caso seja eleito?

Um dos paradoxos do sistema político brasileiro é que temos uma elevada taxa de renovação parlamentar, variando em torno dos 40%, e, entretanto, o Congresso é sempre muito parecido. O conjunto de legisladores tende a ser conservador nos costumes, corporativista, fisiológico, adepto da economia de mercado (mas com puxadinhos) e avesso a grandes aventuras.

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Sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional - Pedro Ladeira - 2.fev.21/Folhapress

O que o eleitor faz a cada pleito é essencialmente trocar seis por meia dúzia. Tira o pastor A para colocar o bispo B; saem sindicalistas para entrar defensores de minorias; num pleito predominam os majores e delegados e, no outro, ex-ministros. Apesar de variações sazonais, o chamado centrão sempre tem força e disposição para aliar-se a qualquer outra ala do Congresso e proporcionar maioria para o governante de ocasião.

Não houve presidente que atacou mais os políticos do grupo do que Jair Bolsonaro. Todos devem se lembrar do vídeo em que o general Heleno faz uma paródia musical que sugere que todos os parlamentares do centrão são ladrões. Não obstante, foi ao centrão que o governo Bolsonaro acorreu quando se viu em apuros —e foi muito bem recebido pelo grupo.

Apesar da endireitada do Parlamento, não me parece que Lula, se eleito, enfrentará obstáculos intransponíveis. É fundamental, porém, saber em que termos se daria um entendimento. Eles podem ser republicanos, fisiológicos ou simplesmente criminosos.

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