Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu China

A conferir

Crise econômica na China poderá pôr à prova resiliência do Partido Comunista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Pelo que leio em jornais e revistas, desta vez a crise econômica na China é diferente. Embora o gigante asiático já tenha frustrado várias vezes prognósticos funestos de especialistas, as dificuldades agora enfrentadas não seriam meramente conjunturais, mas estruturais. Até a demografia contribuiria para as adversidades. A conferir.

Telão em restaurante da cidade de Foshan, província de Guangdong, no sul da China, exibe um pronunciamento ao vivo do presidente Xi Jinping em reunião da cúpula do Partido Comunista - Jade Gao - 23.out.22/AFP

O que me interessa hoje é mais a política que a economia. A China vem há algum tempo desafiando os institucionalistas. Para os representantes dessa escola de pensamento, não seria possível conciliar o crescimento sustentável com a ausência de democracia. Para prosperar, sociedades dependem de instituições abertas, que promovam liberdades. Sem elas, o longo prazo fica mais difícil, tanto para a alocação eficiente dos recursos como para o desenvolvimento de ciência e tecnologia.

E sabemos que os institucionalistas não estão totalmente errados. Prova-o o experimento natural das Coreias. O mesmo povo com acesso a recursos naturais semelhantes se viu, há menos de um século, dividido em dois por um percalço da história. O Norte adotou um regime comunista particularmente fechado. Tornou-se uma das nações mais pobres da Ásia. Já o Sul, embora tenha começado como uma ditadura, acabou abraçando instituições democráticas. É hoje um país rico que se destaca em educação. Ponto para os institucionalistas, mas daí não decorre que a democracia seja necessariamente indispensável ao crescimento.

É aí que a China pode se tornar outro experimento natural. Não são poucos os que descrevem a relação dos chineses com o Partido Comunista como um arranjo comercial. Enquanto o governo entrega altas doses de prosperidade à população, ela não questiona a legitimidade dos dirigentes. Se a crise for mesmo estrutural, a ditadura chinesa deixará pela primeira vez em décadas de cumprir a sua parte. Como a população reagirá? Entra aqui o segundo "a conferir" da coluna.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.