Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman

A maior invenção do homem

Livro sustenta que cidades são as responsáveis por riqueza e criatividade das sociedades de hoje

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São Paulo

A maior invenção da humanidade não foi a roda e nem mesmo a escrita. Foram as cidades. Juntar um monte de gente num espaço mais ou menos restrito e fazer as pessoas interagirem umas com as outras foi o que permitiu a especialização do trabalho à qual devemos não apenas o brutal aumento da produtividade como também a explosão de criatividade que caracterizam as sociedades humanas. A história da humanidade é em boa medida a história das cidades.

"Age of the City", de Ian Goldin e Tom Lee-Devlin, faz um esboço dessa história e discute os desafios diante de nós. Fui um pouco faccioso no parágrafo anterior ao destacar só efeitos positivos da urbanização. Ela também traz um bom número de problemas, que vão de doenças à desigualdade, passando pela erosão da democracia e a mudança climática.

Ilustração de Annette Schwartsman mostra grandes edifícios em um quarteirão de uma cidade grande; eles são vistos de baixo para cima, sob uma perspectiva humana: no centro da imagem se vê um pedaço de céu azul
A ilustração de Annette Schwartsman para a coluna de Hélio Schwartsman - Annette Schwartsman

Com efeito, boa parte das epidemias que nos ameaçam só é sustentável em ambientes urbanos, que fazem com que um grande número de indivíduos suscetíveis ao patógeno em circulação conviva proximamente.

De modo análogo, a especialização do trabalho que gerou as classes ociosas que puderam se dedicar à inovação também produziu grupos dominantes que se apropriam de parcela substancial da renda, além de impor outras violências às coortes menos favorecidas.

Os autores sustentam que vivemos um momento decisivo. Dependendo de como respondermos a uma série de questões como trabalho remoto, gentrificação, descarbonização, teremos sociedades mais ou menos harmoniosas. Cidades médias, que já foram o esteio das classes médias, perdem espaço para megalópoles como Nova York, San Francisco ou Londres, que monopolizam os bons empregos. É para lá que vão os mais afluentes. Só que a decadência das cidades que não se saíram tão bem produz ressentimentos, que fortalecem movimentos políticos populistas e antidemocráticos.

Para Goldin e Lee-Devlin, o futuro depende das decisões que tomarmos agora conjuntamente.

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