A ideia de fazer na terça (30), Dia do Evangélico, a sabatina senatorial de André Mendonça teve o objetivo de constranger os prováveis votos contra a inclusão do pastor no Supremo.
O passado deixou numerosos casos de ministros que se conduziram, no Supremo, por seu catolicismo de ultradireita mais do que pelo rigor jurídico e ético. Nessa linha, já no pós-ditadura, houve o caso extemporâneo do ministro Carlos Alberto Direito, "terrivelmente católico" do direitismo então em declínio na Igreja.
Expulsos de Angola e agora sob cruas acusações no Sul da África, os pastores evangélicos deram provas audaciosas do quanto põem as posições de seus cultos, e as suas pessoais, acima de todo o demais. Sobretudo das leis.
No Ministério da Justiça e na Advocacia Geral da União, o pastor já demonstrou o quanto é "terrivelmente evangélico", enrolando-se até na Lei de Segurança da ditadura. O Supremo não é o seu púlpito legítimo, feito para eruditos do direito, corajosos e sem opressões interiores.
Os defensores
A fartura de comentários escritos e orais sobre uma frase de Lula, a respeito de Daniel Ortega e sua ditadura, não teve equívocos. Foi deliberada a omissão do início em que Lula disse, sobre as longas permanências no poder, que esses governantes se tornam "pequenos ditadores". Falava de Ortega, portanto, como ditador.
A comparação que se seguiu, entre as permanências de Ortega e Angela Merkel no poder, antes de ser imprópria equiparação temporal dos dois, foi uma crítica ao facciosismo no jornalismo. O que não negou a tolerância de Lula e do PT com a ditadura nicaraguense, mas foi muito diferente do que ficou dito e escrito com ares de jornalismo e democracia.
No mais, fazer da própria mulher a sua vice já é prova conclusiva de autoritarismo ditatorial e de degradação do ex-revolucionário Ortega até a sarjeta ideológica.
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