Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Temos futebol para enfrentar a Alemanha? 

Depois de passar bem pela Rússia, a dúvida está em saber como será jogar em Berlim

Seleção comemora primeiro gol da vitória por 3 a 0 em amistoso contra a Rússia
Seleção comemora primeiro gol da vitória por 3 a 0 em amistoso contra a Rússia - Alexander Nemenov/AFP

O 3 a 0 em Moscou não deixou margem à dúvida sobre a superioridade da seleção brasileira diante do fraco time russo.

A primeira metade do primeiro tempo agradou pela posse de bola e pelas chances criadas. 

A segunda metade acabou prejudicada pelos erros de passes ou perdas de bola que permitiram aos russos ameaçar o gol brasileiro.

Já o segundo tempo foi todo azul, com uma rara exceção, aliviada pela dupla de zaga nacional.

Preocupação mesmo ficou na lateral direita, porque Daniel Alves, ao mesmo tempo em que mostrou sua conhecida capacidade de botar a bola onde quer, como no passe que Gabriel Jesus desperdiçou cara a cara com o goleiro, outra vez deixou-se desarmar em lances fáceis e em zona perigosa.

Ele não tem um substituto à altura, eis o problemão.

Ocorre que uma vitória tão categórica na casa dos anfitriões da Copa do Mundo, merece ser saudada e não seria exagero algum se o jogo terminasse 6 a 0, tantas chances foram criadas mesmo ao enfrentar a cortina de ferro que só se abriu a partir do primeiro gol.

O ponto, porém, não é esse.

Nem bem terminou o jogo na capital russa, começou outro em Düsseldorf, entre os dois últimos campeões mundiais.

E pareceu esporte diferente.

Alemanha e Espanha jogaram o amistoso como se fosse a valer e o 1 a 1 revelou aquilo que se sabe de ambas: verticalidade permanente, chutes de fora da área e penetrações constantes, trocas de passes rápidas e envolventes, luta incessante pela posse de bola, com vantagem espanhola na casa do rival.

A Alemanha de hoje tem muito da Alemanha de 2014. 

A Espanha não tem nada de 14, só de 2010, mantido o inesgotável cérebro Iniesta, capaz de ser melhor que o também extraordinário Kroos. 

Iniesta e Kroos. 

Não há no time de Tite nada nem parecido.

Não por culpa dele, embora Arthur, do Grêmio, pudesse fazer o papel, caso não tivesse se machucado e deixado tão pouco tempo para ser testado.

Tomara que a avaliação esteja equivocada, mas a comparação do bom desempenho brasileiro com o de alemães e espanhóis sugere enorme diferença, a ponto de permitir perguntar se temos como enfrentá-los de igual para igual.

Encontraremos a resposta, para o bem ou para o mal, na terça-feira (27), em Berlim.

Há que confiar porque para nenhum dos jogadores canarinhos os adversários são desconhecidos e todos eles estão acostumados, na Europa, a jogar em altíssimo nível.

Os russos não exigiram tal nível, os alemães exigirão, e deixaram claro contra os espanhóis que não estão pensando em esconder o jogo.

MAJESTOSO

O São Paulo tem no Morumbi a primeira enorme chance nesta temporada de ressuscitar. 

Tivesse vencido algum dos clássicos que disputou na primeira fase do Paulistinha teria dado um sinal, mas não a garantia.

Neste domingo (25), é diferente. 

Ganhar do Corinthians, em jogo de mata-mata, pode mudar o rumo das coisas.

Para seu maior rival é mais um jogo, importante, sem dúvida, mas que não altera o dia a dia, até porque ainda haverá o jogo de volta, em Itaquera, no meio da semana.

É o Tricolor quem tem de mostrar a força desaparecida nos últimos tempos. O Alvinegro vem forte.

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