Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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S.O.S. futebol brasileiro

Em dois dos maiores clássicos do Brasil, tivemos 90 minutos para jogar na lata do lixo

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O atacante Deyverson comemora o gol da vitória do Palmeiras no clássico contra o Corinthians, neste domingo (9), pelo Campeonato Brasileiro
O atacante Deyverson comemora o gol da vitória do Palmeiras no clássico contra o Corinthians, neste domingo (9), pelo Campeonato Brasileiro - Paulo Whitaker/REUTERS

No dérbi paulistano, foram necessários 56 minutos para o primeiro lance digno de seu tamanho, o gol de Deyverson em ótimo passe de Marcos Rocha, o melhor em campo.

No Gre-Nal demorou dois minutos mais, quando Undel cruzou na cabeça de Edenilson e o Colorado fez seu gol que o manteve líder do Campeonato Brasileiro. É sabido que quanto maior a expectativa, maior a frustração.

Não que palmeirenses e colorados tenham saído tristes de seus estádios que, somados, receberam mais de 80 mil torcedores neste domingo.

Também não se esperava um grande jogo em São Paulo, mas, ao menos, uma vitória categórica do Palmeiras, muito melhor que o rival.

O que se viu, nos dois primeiros tempos, em São Paulo e em Porto Alegre, foi mais uma demonstração de como anda baixo o nível do futebol pelo Brasil.

O Palmeiras teve a bola o primeiro tempo inteiro, pressionou o que pôde um rival que não queria jogar, só se defender, e não soube como superá-lo, a ponto de o goleiro Cássio não ter feito nem sequer uma defesa difícil.

Só mesmo depois do gol alviverde tivemos futebol, porque o Corinthians teve de ir à frente e aí Dudu deu um show particular, além de merecer fazer o que seria um golaço impedido pelo travessão.

Ainda bem que Felipão lançou mão de Moisés no lugar de Thiago Santos para dar um mínimo de criatividade ao meio de campo palmeirense.

Em Porto Alegre, os 45 minutos iniciais transcorreram tão ruins e sem emoções como no clássico paulista, além de excessivamente truncado.

É certo que ao Grêmio faltavam Kannemann, Jael, Maicon e Everton, essenciais para o time. E que o Inter prima pelo pragmatismo, não pelo jogo bonito, marca registrada do rival.

O que dói é ver que um time tem de sofrer gol para tentar fazê-lo. Os corintianos sairiam felizes da vida com o 0 a 0 e os gremistas também. 

Levaram os devidos castigos, até porque tiveram chances no tempo que restou depois da desvantagem e viram Henrique cabecear para fora, na única alvinegra, e Marcelo Lomba evitar outras duas dos tricolores.
Na casa verde, o triunfo permitiu aos anfitriões retomar a frente na história do clássico, com 127 vitórias a 126 e estabelecer incrível equilíbrio no Brasileiro, com 17 vitórias, 17 empates e 17 derrotas.

A vantagem colorada na história é folgada: 156 a 130. Mas no Brasileiro está atrás, com 19 vitórias contra 22 do rival.

Histórias de ambos os clássicos que mereciam jogos melhores que os vistos na 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Se faltam talentos como antes em nossos gramados, não arrancaria pedaço de nenhum treinador se cada um deles convencesse seus pupilos de que jogar bem é fundamental para o torcedor ficar mais do que feliz quando seu time ganha. Deixá-lo satisfeito com o espetáculo é obrigatório para não permitir a hegemonia da mediocridade.

Será pedir demais?

De resto, parabéns aos palmeirenses, vivos em três frentes e aos colorados, em busca de serem os primeiros a saírem da Série B rumo ao título da A. Será uma façanha e tanto.

Coração tricolor

O vice-líder São Paulo também esteve longe de fazer um bom jogo contra o Bahia. Ao contrário, chegou a ser inferior no primeiro tempo mesmo no Morumbi tomado por mais de 43 mil torcedores.

Também venceu a duras penas, no sábado, só por 1 a 0, mas com uma característica que vinha faltando e não falta mais: garra, vontade e transpiração. A arquibancada corresponde.

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