O Inter eliminou o Palmeiras na Copa do Brasil.
Com absoluta justiça.
O que torna, é verdade, o Alviverde ainda mais favorito no Brasileiro.
Mas torna dramática a Libertadores para o milionário elenco palmeirense.
O time preocupa quando tem de decidir desde o ano passado. Então, ficou pelo caminho em todos os mata-matas que disputou, como acontece já pela segunda vez nesta temporada.
"Ah, mas foi nos pênaltis".
De fato, foi, acontece que o 1 a 0 do tempo normal saiu barato, porque não fosse o goleiro Weverton e o Inter teria se classificado no tempo normal, com sangue nos olhos, ao contrário do jeito Lucas Lima de ser do lado paulista.
Além de ter sido para lá de discutível a anulação do segundo gol gol colorado, de Vítor Cuesta, já nos acréscimos.
Também foi nos pênaltis no Paulistinha, contra o São Paulo e pode voltar a ser na Libertadores se o Palmeiras não mudar de atitude nas horas agás.
Torcida Surpreende
Para a realidade histórica do Brasileiro a média de público da última rodada surpreendeu com 24.327 torcedores por jogo.
Nada que se compare aos mais de 44 mil do Campeonato Alemão na temporada passada, ou os mais de 38 mil do Inglês.
Mas um alento, turbinado pelos quase 63 mil pagantes no Maracanã, no domingo pela manhã, para Flamengo e Goiás.
Basta dizer que a melhor média geral do Brasileiro está abaixo desses 24 mil, com 22.953 em 1983.
Aliás, apenas outras três vezes, em 1987, na Copa União, com 20.877 pagantes em média, 1980 (20.792) e em 1971, o primeiro Campeonato Brasileiro, com 20.360, o público médio superou a casa dos 20 mil torcedores por jogo.
O que explica o comparecimento da última rodada?
Saudade depois da Copa América?
Curiosidade por ver eventuais progressos dos times depois da intertemporada?
Pode-se dizer que programas de sócio torcedor, inexistentes no passado, colaboram para o aumento da presença -- basta citar que o pouco atraente Corinthians levou quase 34 mil torcedores para vê-lo contra o inexpressivo CSA.
É possível que estejamos vendo a consolidação do campeonato em pontos corridos.
Tivesse a CBF o mínimo de sabedoria e trataria de ir às ruas para promover seu principal campeonato e aproveitar o aparente renascer do entusiasmo do torcedor.
Porque só quando nos aproximarmos de médias como a alemã poderemos dizer que somos, se não o país do futebol, um dos países do futebol.
Na verdade, chegados a um autoengano, adoramos lembrar de estádios lotados no passado sem dizer que eram situações muito menos frequentes do que gostaríamos.
Tivemos a fortuna de ver por cinco décadas gerações que reuniram Didi com Pelé e Mané, Pelé com Gérson, Tostão e Rivellino, Romário com Ronaldos e Rivaldo, além de Zico com Falcão e Sócrates.
Já não temos mais e dificilmente voltaremos a ter.
Um passo em busca desse passado é lotar os estádios, é dar aos jogadores o prêmio de o torcedor estar onde o artista estiver. E cobrar espetáculo deles.
Basta dizer que Rafinha, 33, há mais de uma década fora do país, com oito temporadas no gigante Bayern Munique, onde foi campeão de tudo, não se conteve após estrear pelo Flamengo no Maracanã lotado: "É um privilégio depois de 14 anos fora, voltar ao Brasil e encontrar um ambiente desse e uma torcida como essa, do Flamengo".
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