De um lado pode-se dizer que o empate foi bom para os dois times e para os dois treinadores. Não haverá fofocas nem sentenças apressadas.
De outro lado, os palmeirenses têm por que reclamar das traves que atingiram duas vezes com Ramires e com Luiz Adriano.
Já os são-paulinos viram Tiago Volpi novamente muito bem, Everton de volta, e Arboleda pondo ponto final às bobagens ditas a seu respeito. A camisa dele é tricolor e não se fala mais nisso.
Felipe Melo foi bem em seu primeiro teste real como zagueiro, Weverton evitou um gol imperdível de Daniel Alves, Ramires evoluiu a olhos vistos e Lucas Lima fez primeiro tempo primoroso, em tarde apagada do mais brilhante dos alviverdes, o ponta Dudu.
Reclamar do quê?
Com a Fonte Luminosa sob calor de chocar, ou fritar, ovo de avestruz, o clássico teve intensidade surpreendente para as condições climáticas e em começo de temporada.
Houvesse um vencedor, quem mais mereceu, sem dúvida, teria sido o Palmeiras, sob os olhos de apenas 15 mil torcedores no estádio em que cabem 25 mil.
Mas bola na trave não altera o placar, Volpi é pago para fazer o que fez e a chance mais clara de gol, entre tantas, esteve mesmo nos pés de Daniel Alves, o que minimiza a eventual injustiça, em jogo de boa arbitragem.
O melhor de tudo está na perspectiva aberta por ambos os times quanto ao futuro próximo em suas campanhas e, ainda mais auspicioso, para a qualidade do futebol proposto pelos dois treinadores.
Mesmo que friamente, se é que cabe a ideia na tórrida tarde araraquarense, por mais que Vanderlei Luxemburgo e Fernando Diniz pudessem ponderar sobre os benefícios do empate, os dois quiseram vencer do começo ao fim do Choque-Rei, como ficou claro em todas as seis substituições feitas, nenhuma seis por meia dúzia.
Além do mais, ver Hernanes, mesmo ainda distante do já mostrado, suportar tanto tempo ao driblar o sol para cada um em sua morada, permite pensar em como ainda poderá ser útil aos propósitos do Morumbi.
O primeiro clássico do ano entregou mais do que prometeu, algo a não ser desprezado como detalhe.
O maltratado futebol brasileiro precisa de times que queiram vencer, jogar, atacar, não apenas defender.
Chocante? Terrível!
Olimpíada de Londres, 2012: credenciado, mas sem ingresso, tento entrar no ginásio da natação para ver a prova de César Cielo nos 50 m.
Barrados na entrada estamos eu e um gigante de 1,96 m, então com 32 anos, que o porteiro do ginásio não reconhece.
Era simplesmente o astro do time americano de basquete, Kobe Bryant.
Digo ao inflexível funcionário que ele estava certo em não me deixar entrar, apresento-lhe o craque e digo que barrá-lo seria inadmissível.
O homem, sensato, cedeu, Bryant, simpático, me agradeceu e não tive coragem de pedir uma selfie.
Em meio ao Choque-Rei, a notícia terrível: vítima de acidente de helicóptero, Kobe Bryant, o quarto maior cestinha da história da NBA, morreu.
Difícil seguir acompanhando o clássico em Araraquara.
No sábado (25), ele havia perdido o terceiro lugar como cestinha para seu grande amigo LeBron James e felicitado o "irmão", como o tratou em sua rede social.
O domingo (26) que era para ser de comemoração para James se transformou em chocante velório para o mundo do esporte.
Que perde um de seus eternos heróis.
Vá entender este mundo.
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