Na semana em que o Palmeiras apresentou o treinador lusitano Abel Ferreira, com quem o clube espera corrigir o erro Vanderlei Luxemburgo, seus três rivais mais próximos sofreram fortes decepções.
O menos avariado foi o Santos, embora eliminado pelo Ceará da Copa do Brasil, mas ainda com a Covidadores-2020 para disputar e bem no Covidão-20.
Ao Corinthians, derrubado do mesmo torneio, e pelo América da Série B, restou apenas o Covidão-20 e olhe lá, porque a luta será para evitar o rebaixamento.
Das três eliminações, a mais dramática aconteceu com o São Paulo, pelas circunstâncias especiais vividas no Morumbi.
Depois da sobrevivência na Copa do Brasil nas condições em que se deram os embates com o Fortaleza, e da goleada sobre o Flamengo, ser desclassificado da Copa Sul-Americana pelo Lanús não estava no programa, ainda mais nas condições do desenlace da disputa.
A rara leitora e o raro leitor já cansaram de ler aqui sobre o jejum de títulos do time tricolor e a necessidade de trabalho psicológico para tratar do trauma. Talvez seja pouco e reste apelar para soluções heterodoxas, com pais de santo, descobridores de sapos enterrados no estádio, no centro de treinamento, em Cotia...
Porque Fernando Diniz é psicólogo, teve a coragem de trocar dois zagueiros por dois atacantes para buscar o resultado e, quando com a classificação assegurada, nos acréscimos, inverteu as trocas, tomou o gol fatal.
Nem nos 23 anos de fila corintiana aconteceu coisa parecida —e aconteceram coisas das quais até Deus duvida— e o São Paulo está ainda a dez anos de chegar lá.
Para os palmeirenses é o melhor dos mundos nestes tempos polarizados em que, com frequência, o torcedor torce mais contra os rivais até do que para o próprio time.
Afinal, o Palmeiras está vivo em todas as taças que disputa, já ganhou a estadual, contratou um treinador aparentemente iluminista, recuperou a autoestima com as atuações do time sob o comando de Cebola e ainda vê seus três adversários envolvidos em tensos processos eleitorais.
No Santos são tantos candidatos que é impossível traçar um panorama que permita identificar alguém com chances de conduzir o clube a porto mais seguro.
No São Paulo são apenas dois candidatos, um de oposição, Roberto Natel, que era situação até recentemente, e outro, Júlio Casares, que prefere dizer não ser nem situação nem oposição.
Finalmente no Corinthians, com data da eleição marcada para 28 de novembro, há três candidatos: um que representa a continuidade do desastroso modelo Andrés Sanchez; outro com ar de linha auxiliar da situação, e uma terceira candidatura, do ex-presidente Mário Gobbi, em cuja gestão o Corinthians ganhou a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa, em 2012, rompido com o esquema Sanchez e apoiado não só pelos principais cardeais do clube alvinegro como pelo presidente da Democracia Corinthiana, Waldemar Pires.
Ao registrar que os modelos eleitorais dos clubes de futebol brasileiros estão absolutamente superados e não atendem às exigências de modelos modernos de gestão, fosse votar no Morumbi ou no Parque São Jorge, escolheria os nomes de Júlio Casares e Mário Gobbi, na esperança de que eles sejam capazes, durante seus mandatos, de fazer as rupturas necessárias para que os dois gigantes da capital paulista, enfim, façam jus ao Século 21.
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