O futebol e seus detalhes decisivos voltaram a dar o ar de sua graça no Maracanã quando o Flamengo venceu o Inter por 2 a 1, assumiu a liderança do campeonato pela primeira vez para buscar o bicampeonato consecutivo, o octa brasileiro porque foi quem ganhou em 1987.
Um acidente doméstico tirou Willian Arão do jogo e seu substituto, Gustavo Henrique, zagueiro de ofício, cometeu um pênalti infantil para permitir que o Inter saísse na frente.
Caso fosse o gol do título colorado, provavelmente o ex-santista nunca mais pisasse na Gávea.
Mas Rodinei, o improvável refugo rubro-negro, que valeu multa de R$ 1 milhão para estar em campo, vacilou ao dividir com Bruno Henrique e viu o atacante dar o empate para Arrascaeta.
Não contentes, os dois, Rodinei e Gustavo Henrique, no fim do primeiro tempo, protagonizaram outro lance dramático, quando o lateral invadiu a área carioca e a bola desviada no flamenguista explodiu no travessão de Hugo.
Por incrível que pareça, teria mais, para jogar R$ 1 milhão no lixo.
Nem bem começou o segundo tempo e Rodinei pisou em Filipe Luís para ser expulso de campo.
Ora, em jogo tão equilibrado, a volúpia do Flamengo contra a frieza do Inter, jogar um tempo inteiro com 10 contra 11 é dose para mamute.
E o Colorado não suportou a pressão, tomou a virada dos pés de Gabigol com direito a passe precioso de Arrascaeta.
Agora ficou tudo para quinta-feira (25), no Morumbi e no Beira-Rio.
Caso o Flamengo enfim ganhe do São Paulo na temporada 2020/21, Rogério Ceni erguerá sua primeira taça da elite nacional como treinador de futebol.
Os dois times se enfrentaram três vezes na temporada e os paulistas venceram as três, por 3 a 0 e 2 a 1 na Copa do Brasil e por 4 a 1 no primeiro turno do Covidão-20, no Maracanã.
Ceni pode ser campeão em cima do clube que o fez Mito, desses de verdade. O detalhe é que até hoje ele não venceu nenhum dos sete jogos que fez contra o tricolor, o máximo que conseguiu foram dois empates. Vencerá o mais importante de todos?
Tudo conspira para que consiga e, de fato, nem pode pensar em outro resultado, porque embora possa vir a ser campeão mesmo com derrota, esperar que o Corinthians dificulte a vida do Inter no Beira-Rio é mais ou menos como contar com chuva no deserto.
Segunda divisão
Poucos jogos tiveram tanto a cara de segunda divisão como o 0 a 0 entre Corinthians e Vasco, em Itaquera.
O alvinegro para sacramentar sua participação na Copa Sul-Americana, a Série B continental. O Vasco para voltar a viver a atmosfera que conhece bem, agora pela quarta vez, na Série B nacional.
Uma lástima para o Cruzmaltino, de presidente novo, Jorge Salgado, mas que talvez tenha a chance de com menos pressão cimentar a base que possa fazer do gigante de São Januário um clube autossustentável.
Já o Corinthians não tem do que se queixar, depois que seus sócios, quer dizer, cúmplices, mantiveram a mesma cartolagem que o trouxe à mediocridade nebulosa em que vive.
Jogar a pré-Libertadores seria vexame na certa e nem a Sul-Americana lhe sobraria.
Agora terá com o que se divertir, quem sabe até vencê-la para enganar os fanáticos com a taça que ainda não tem.
Mui amigo
Alguém sabe explicar por que a FPF marcou um dérbi entre um jogo e outro da decisão da Copa do Brasil?
E o Palmeiras aceitou?
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