Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Supercopa foi tão boa que era caso de dividir título entre Flamengo e Palmeiras

Não houve tira-teima em jogo para europeu não botar defeito

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Antes de mais nada, que jogaço, rara leitora, raro leitor.

Tão bom, mas tão bom que Flamengo e Palmeiras mereceram vencer, ninguém mereceu perder, cada time ao seu estilo, com o rubro-negro dentro do que se esperava e o alviverde até surpreendendo pela agressividade ao estilo de Real Madrid e PSG.

Fosse possível, no mundo das competições, dividir o título entre os dois protagonistas, teria sido a melhor solução.

Porque é impossível dizer quem foi melhor.

Diego Alves ou Weverton? Filipe Luís ou Gustavo Gómez? Arrascaeta ou Raphael Veiga? Flamengo ou Palmeiras?

Note, por favor, que todas as perguntas estão feitas por ordem alfabética, razão pela qual não se cotejou os desempenhos do campeão Gabigol e do vice Danilo...

Vice com V maiúsculo, de vitória, tamanho o desempenho de quem voltou sem a taça —e injustificável o gesto de alguns ao tirar a medalha de prata do pescoço.

Menos mal que não foram todos, o paraguaio Gómez, entre outros, a mantiveram.

Até os erros dos, enfim, campeões, supercampeões, bi-supercampeões, foram compensados pelos deuses dos estádios que resolveram dar plantão no Mané Garrincha.

Diego Alves saiu mal no 1 a 0 para o Palmeiras? Pois compensou com sobras nas defesas seguintes e três pênaltis defendidos.

Rodrigo Caio fez pênalti desnecessário? Pois fez o gol do título na agônica disputa da marca fatal.

Aqui foi dito que seria a disputa da arte com o resultadismo, do talento contra a força.

Não foi!

Weverton agarra a bola observado por outros jogadores
Weverton salvou em cima da linha bola que daria vitória ao Flamengo no tempo normal - Ueslei Marcelino/Reuters

Abel Ferreira precisa se comportar melhor à beira do campo, mas teve toda razão em reclamar quando Diego não recebeu o cartão amarelo dado a Felipe Melo e Wesley, e fez o certo ao escolher Wesley para sair jogando, embora ainda lhe falte coragem para fazer de Danilo e Gabriel Menino titulares em jogo tão grande.

Do outro lado, Rogério Ceni e Diego estão inventando um outro meia, capaz de se modernizar já no fim da carreira.

Flamengo 2, Palmeiras 2, não deveu em nada para os jogos da Champions do meio da semana, nem para El Clásico disputado no sábado (10), vitória injusta do Real Madrid por 2 a 1, porque o Barcelona teve pênalti surrupiado nos acréscimos.

Foram tantas as oportunidades criadas de ambos os lados, tantas vezes o detalhe, os goleiros, a trave, o desajuste milimétrico do arremate final impediram gols, que qualquer resultado ajustado seria justo, 3 a 2, 4 a 4, 5 a 4.

Brincalhões, os deuses ainda aprontaram no fim, dois pênaltis de vantagem, duas chances para os paulistas definirem o título e nada, o drama continuou sob o sol do Planalto Central.

Superioridade mesmo, só uma, a do banco palmeirense sobre o flamenguista, considerado o fato de Pedro não estar em condições de jogo para equilibrar também nesse quesito.

Os dois gigantes voltarão a se encontrar na primeira rodada do Brasileirão, dia 30 de maio, no Maracanã.

Até lá seguiremos nos perguntando qual dos dois é melhor desde que o Palmeiras não abra mão de também ser propositivo.

De se lamentar no grande jogo apenas a transmissão da TV CBF, tão mais pobre do que estamos acostumados e ainda por cima com ares tiranetes, ao não mostrar cenas que considera lamentáveis, como a confusão entre os jogadores fora de campo ao fim do tempo regulamentar.

Coisa do Cala-Boca Caboclo ou do secretário-menor nostálgico da Albânia?

Viva o futebol brasileiro!

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