O primeiro clube de futebol no Brasil foi fundado em 19 de julho de 1900, o gaúcho Sport Clube Rio Grande, razão pela qual virou o Dia Nacional do Futebol.
Convenhamos que 11 de 11 seria mais adequado, pelo menos para quem se liga em numerologia, o que está longe de ser a situação do rabiscador dessas palavras, diga-se de passagem.
Não é e não faz mal que não seja porque exatamente nesta quinta (11) o futebol brasileiro nada terá a comemorar.
Basta dizer que na 30ª rodada do Campeonato Brasileiro os seis mandantes vitoriosos ganharam seus jogos por apenas 1 a 0, nada mais que 1 a 0, avarentos até mesmo como anfitriões.
Curiosamente, os dois visitantes que se deram bem venceram por 2 a 0, casos do Palmeiras, em Santos, e do Athletico Paranaense, em Bragança Paulista.
Mas, rememore quão avarentos foram os mandantes Corinthians, Inter, Fluminense, Atlético Mineiro, Bahia e Ceará, contra Fortaleza, Grêmio, Sport, América, São Paulo e Cuiabá.
Mais até mesmo que a dificuldade em fazer gols, os times do Patropi parecem morrer do esforço em fazê-los e, assim que fazem, defendem a vantagem com unhas, dentes, pontapés e cera, muita cera, sob a complacência dos péssimos assopradores de apito da Casa Bandida do Futebol.
Trata-se da cultura do resultadismo, neologismo de mau gosto já abordado exaustivamente de norte a sul, de leste a oeste deste país varonil, meio através do qual os nossos treinadores se agarram para manter seus bem pagos empregos.
Convenhamos que no Brasil de Friedenreich, Leônidas da Silva, Pelé, Zico, Romário, dos Ronaldos, de tantos goleadores, a tradição anda perdendo de goleada.
Pensar que no longínquo 2004, Washington, o Coração Valente, pelo então vice-campeão Atlético Paranaense, marcou 34 vezes nos 38 jogos de que participou. A comparação com as marcas atuais dá até vergonha.
O veterano Gilberto, 32 anos, nos 29 jogos de que participou, marcou 12, apenas 12 gols.
A média de Washington foi de 0,89 gol por jogo. A de Gilberto, 0,41, menos da metade.
Em 30 jogos, o líder Galo marcou 47 vezes neste Campeonato Brasileiro.
Na Bundesliga, o primeiro colocado Bayern Munique já marcou 40 gols em 11 rodadas, 12 deles de Lewandowski!
Sim, Lewa tem mais de um gol por jogo e o time dele tem quase quatro gols em média, contra bem menos que dois do Galo, mais exatamente 1,5, embora, justiça seja feita, o Flamengo tenha feito 54 gols em 29 partidas.
Parece repetitivo e é, mas, digam a rara leitora e o raro leitor se não é mesmo deprimente.
E por que bater com tanta insistência na mesma tecla se o resultado é igual a malhar em ferro frio, como falar para as paredes?
Porque sempre resta a esperança de que alguém se envergonhe da falta de qualidade da maioria dos jogos em gramados nacionais e resolva chutar a monotonia a escanteio, perceba que quem paga, seja na bilheteria dos estádios reabertos, seja via assinatura nos canais fechados, merece espetáculos que assim possam ser chamados.
Onze de 11 pode e deve ser mais que o 11º dia de novembro e passar a ser meta de nossos artilheiros como é de Lewandowski e não pode nem deve ser média de gols dos nossos times.
Há um triste consolo, porém: o lanterna do Campeonato Alemão, Greuther Fürth, tem oito gols em 11 rodadas, média de 0,72, e a Chapecoense, em último no Brasileiro, marcou 26 vezes em 31 jogos, com 0,83.
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