Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Corinthians põe a cabeça para fora

Independentemente da qualidade do futebol, Luxemburgo tira o time da confusão

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No 27º jogo à frente do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo chegou ao 11° jogo seguido invicto, com oito vitórias, classificado para as quartas de final da Copa Sul-Americana, na dependência de empate com o São Paulo para chegar às finais da Copa do Brasil e, mais importante, a caminho de deixar a ameaça de rebaixamento no Campeonato Brasileiro para trás.

Vencer em casa o ameaçado Coritiba era preciso e deixou o time cinco pontos acima da zona da confusão, potencialmente a oito pontos caso vença, contra o Grêmio, o jogo que tem a menos.

Yuri Alberto comemora gol em vitória do Corinthians sobre o Coritiba
Yuri Alberto comemora gol em vitória do Corinthians sobre o Coritiba - Carla Carniel/Reuters

Depois de começo trágico é justo dizer que a política de mesclar as estrelas com a garotada tem servido para aliviar a vida corintiana, mesmo sem atuações convincentes e, em regra, contra adversários inferiores, exceção feita ao São Paulo, Fluminense e Atlético Mineiro.

A virada sobre o Coritiba por 3 a 1 comprovou a boa fase.

CERTOS GOLS

Imaginem a rara leitora e o raro leitor o que passou na cabeça do botafoguense, um pessimista por natureza, quando o Lucas Perri, o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, ficou, às tontas, procurando a bola que havia defendido, e soltado, até que o atacante do Inter a chutasse para o fundo da rede.

Os gaúchos saíam na frente, quebravam a invencibilidade em casa do líder de treinador novo e sem o artilheiro Tiquinho.

Há certos gols que só acontecem no Botafogo, cravaram os netos do botafoguense Paulo Mendes Campos, a quem se atribui a frase com "coisas" em vez de gol.

Então, deu-se a reviravolta no segundo tempo.

A começar pelo fato de que o goleiro do Inter, o uruguaio Rochet, havia feito dois milagres no primeiro tempo e tomou o empate pelo meio das pernas. Pelo meio das pernas! Como só acontece com o Botafogo.

Daí para virada foi um pulo e para o 3 a 1 outro, do time cuja estrela é cada vez mais solitária na liderança do campeonato e que marcha glorioso para vencer seu segundo Brasileirão, 28 anos depois de ter conquistado o primeiro, repleto de polêmicas, algo que passa ao largo da campanha em 2023.

Nem o mais empedernido rival dos botafoguenses, sejam rubros-negros, tricolores ou cruzmaltinos, tem coragem de dizer que o campeonato está manchado. Está só alvinegro.

Porque certas coisas só acontecem com o Botafogo.

SAUDITÃO NA BAND

Tinha de ser a Band dos libaneses Saad, além do canal Goat, no YouTube, a detentora dos direitos de transmissão do Campeonato da Arábia Saudita.

Mohammed bin Salman, o ditador que Jair Bolsonaro, segundo ele mesmo, tem na conta de "quase irmão", não gasta apenas ao presentear corruptos com joias que já atingem quase 20 milhões de reais, mas para lavar a imagem do país.

E por mais que se possa considerar o campeonato local como de veteranos, certamente clubes como Al-Nassr, de Cristiano Ronaldo e Mané, ou o Al-Hilal, de Koulibaly, Michael e Malcon e, ainda, o Al-Ahli, de Mendy, Mahrez e Firmino, estarão endurecendo a vida de muita gente tradicional no Mundial de Clubes.

Com Neymar na parada pelo Al-Hilal, então, o Sauditão ficará ainda mais atraente, embora seja previsível que ele passe a viver mais no Brasil se recuperando de lesões, agora que parece ter desistido de vez da disputa por ser o número 1.

Rico menino pobre. Um dia descobrirá que fortuna não é sinônimo apenas de dinheirama, recebida lícita ou ilicitamente.

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