Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri

Saber ganhar e saber perder

Parece incrível, mas cartolas, treinadores e jogadores ignoram as duas atitudes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O time ganha, é campeão, e logo todos sobem no salto alto, na mais burra das empáfias, arrogância sem fim.

Está aí o Flamengo para provar como o discurso de hegemonia acabou letra morta numa só temporada, sem vencer nenhum dos oitos títulos que disputou.

Isso depois de avisar que o Real Madrid poderia esperar.

Se esperou, espera até agora, porque nem pelo saudita Al Hilal o Flamengo foi capaz de passar, eliminado na semifinal no Mundial de Clubes da Fifa. E olhe que não era estrelado como hoje, com Neymar, Malcom, o sérvio Mitrovic ou o senegalês Koulibaly.

Lance de Flamengo 2 x 3 Al Hilal, no Marrocos - Fadel Senna - 7.fev.23/AFP

A solidez desmanchou-se nos gramados marroquinos, equatorianos, brasileiros e paraguaios.

Os rubros-negros não souberam ganhar e, ao perder, houve até cartola que andou mordendo a virilha de torcedor. Viralizou…

Que os são-paulinos fiquem espertos para coibir ataques de soberania e bobagens parecidas.

Basta lembrar o Corinthians, que, na década passada, garganteou que em cinco anos estaria entre os três maiores clubes do mundo e está aí, às voltas em ficar longe da zona do rebaixamento e com a provável eliminação da Copa Sul-Americana, a segunda divisão do continente.

É mesmo previsível que quem não sabe ganhar muito menos saberá perder.

Fiquemos só com três exemplos nesta temporada e no Campeonato Brasileiro.

Uma derrota do Palmeiras causou a denúncia de suposto sistema, armado para evitar o bicampeonato, porque seria ruim para a imagem do torneio.

Outra do Botafogo e pronto! Haveria esquema para evitar a ampliação da vantagem sobre o vice-líder, ironicamente, o… Palmeiras!

Quando o chororô dos líderes do campeonato amainou, de tão ridicularizado, eis que agora surge nova teoria da conspiração, o "salva Vasco", criativa inspiração do vice-lanterna América, ao ser derrotado só na bola, em casa, pelos cruz-maltinos.


Reclamam os americanos, que são minoria no Horto sempre que enfrentam clubes populares do eixo Rio-São Paulo, da expulsão de jogador só porque desferiu uma cotovelada no adversário e pedem pênalti em lance em que seu atacante deu um corajoso peixinho na chuteira do zagueiro rival e, é claro, machucou o rosto.

A única reclamação cabível aos americanos é a de que seu chororô nem sequer pressiona a arbitragem, como é possível de acontecer com o botafoguense, embora menos poderoso em relação ao nhe-nhe-nhem palmeirense.

Haja paciência para tanta chateação, apesar de ser moda também fora do futebol, basta ver os perdedores na CPI do 8 de janeiro.

BOCA DOCE
Os últimos cinco resultados do Boca Juniores, adversário do Palmeiras, na Bombonera, nesta quinta-feira (28), revelam a má qualidade de seu futebol.

Em quatro jogos pelo Campeonato Argentino e um pela Copa da Argentina, os xeneizes, em casa, perderam para o Tigre, penúltimo colocado, e só empataram com o lanterna Lanús. Fora perderam para o Defensa y Justicia, venceram o Central Córdoba e empataram, pela Copa, com o Almagro, da segunda divisão, embora tenham vencido nos pênaltis.

Jogadores do Lanús comemoram gol contra o Boca - Alejandro Pagni/AFP

Em resumo: apesar de não estar também em bom momento, de ter marcado apenas dois gols nos últimos cinco jogos, ao sentir muita falta dos espaços que Dudu abre no ataque, o Palmeiras pode perfeitamente voltar de Buenos Aires com os três pontos na bagagem —e praticamente classificado para a finalíssima da Libertadores.

Avanti, Palestra!

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.