Depois de três derrotas seguidas para Flamengo, Atlético Mineiro e Corinthians, além de um empate deprimente, porque em casa, com um dos lanternas, o Goiás, o Botafogo tinha a missão de enfrentar o Fluminense, finalista da Libertadores, no Maracanã.
O tricolor não sabia o que era perder como mandante nesta temporada.
O Glorioso demitira o inventor português Bruno Lage, que havia deixado o artilheiro do Campeonato Brasileiro, Tiquinho Soares, no banco no primeiro tempo contra os goianos, e escolhido o interino Flávio Lúcio, para atender os apelos do elenco.
Deu certo e como deu certo!
O Botafogo que o Fluminense enfrentou para representar as torcidas das Laranjeiras, da Água Branca, da Gávea etc, teve a mesma leveza e coragem mostradas no primeiro turno, quando sobrou na turma.
Antes da metade do primeiro tempo já vencia por 2 a 0 e antes dos 30 minutos obrigou Fernando Diniz a substituir um zagueiro para equilibrar o Clássico Vovô, o mais antigo do Brasil, desde 1905.
O segundo gol, golaço, por cobertura, foi de Tiquinho, aquele que também havia feito o gol de empate contra o Goiás e derrubou o Lage.
O colegiado do Glorioso, que um jornalista apressado apelidou de Democracia Botafoguense, prevaleceu, e tinha pisado no Maracanã sabedor do empate por 1 a 1 do Flamengo com o Corinthians na noite anterior, o que mantinha o maior rival longe dele.
Ao chegar ao vestiário, depois de derrotar o Fluminense, soube que tanto o Palmeiras quanto o Grêmio tinham perdido para Santos e Inter, respectivamente, por 2 a 1 e 3 a 2.
Só faltava o Bragantino tropeçar na Arena da Baixada contra o Athletico Paranaense, em jogo no começo da noite e que a coluna, dado o prazo do fechamento, não pôde esperar.
Na pior das hipóteses para os botafoguenses, vitória do clube paulista, a vantagem botafoguense permaneceria de confortáveis sete pontos. Na melhor, subiria para dez, na ainda muito boa, o empate, ficaria em nove.
Nada, no entanto, mudaria os 11 pontos de vantagem sobre Grêmio, Palmeiras e Flamengo.
Porque por mais complexo, como diz Mano Menezes, que o futebol seja, há certas coisas muito simples.
Uma delas é não querer inventar a roda quando a dita cuja está rolando suave pelos caminhos do sucesso.
Exatamente como fez Cláudio Caçapa ao substituir o também lusitano Luís Castro, que trocou General Severiano pelos petrodólares da ditadura saudita.
Lage quis fazer o professor Pardal e deu-se mal, muito mal.
Ao faltarem 12 rodadas para o término do campeonato, só mesmo uma série de catástrofes para tirar do Botafogo o título buscado desde 1995.
Porque quando o país inteiro quis secá-lo ao ver uma chave para reabrir o campeonato, o time da Estrela Solitária fechou a porta com chave de prata — a de ouro ainda levará um tempo.
OURO?
Ouro é a cor de Rebeca Andrade, ouro negro, ouro do talento, ouro da simpatia, da simplicidade.
Ela se viu diante da Pelé da ginástica, deu-lhe um beijo em cada face, desejou boa sorte e, distraída, ganhou dela.
Uma vez que seja. Mas valeu por todas.
PARIS!
O pré-olímpico de vôlei no Maracanãzinho foi além de competição esportiva. Valeu como eletrocardiograma.
A virada sobre a Itália, que valeu a vaga em Paris, depois de perder o terceiro set por 25 a 15, tirou o fôlego.
E fez nascer Darlan, novo ídolo do esporte nacional.
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