Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

A realidade dói e a goleada destrói

Como contra o Santos, o time de Pep Guardiola não deu pelota para o Fluminense

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Sonhar ainda não paga imposto e acordar nem sempre apresenta a realidade que gostaríamos.

O torcedor brasileiro sabe bem. Aliás, o torcedor sul-americano.

O argentino ainda tem sua seleção para comemorar tanto o vice-campeonato da Copa do Mundo de 2014 quanto o tri em 2022.

Boca Juniors, Estudiantes, San Lorenzo e River Plate jejuam como Santos, Grêmio, Flamengo e Fluminense.

Os que tiveram o gostinho (gostinho?! Gostão!) como Corinthians, duas vezes, São Paulo e Inter, que tentem guardar o sabor açucarado, porque, ao que tudo indica, nunca mais.

Resta perder por pouco como o Grêmio contra o Real Madrid, sem nem tentar vencer.

Ou levar as decisões para prorrogação, como fizeram Flamengo e Palmeiras, diante de Liverpool e Chelsea.

Porque quem tenta jogar de igual para igual para valer, como Santos contra o Barcelona, e o Fluminense contra o Manchester City, leva inexoravelmente de goleada —dois 4 a 0, a passeio, sob o comando de Pep Guardiola, mais que genial, simplesmente apaixonado pelo jogo, pelo bom jogo de futebol.

Muricy Ramalho, embora traído por Neymar naquela jornada e, agora, Fernando Diniz, fiel à filosofia em que acredita, pareciam alunos de curso primário diante do mestre, PhD em ciência e arte do futebol.

Nada mais chato que ser chato, chato a ponto de não vender ilusão, de dizer as coisas como as coisas são.

As ausências dos belgas Kevin De Bruyne e Jérémy Doku, e do norueguês Erling Haaland, serviram apenas para atenuar o tamanho do atropelamento, embora o espanhol Rodri, o argentino Julián Álvarez e o inglês Phil Foden tenham sobrado contra os bons velhinhos do Fluminense.

Chega a ser cômico ver quem alimentou ilusões mudar o discurso para constatar o óbvio e deitar falação sobre a diferença abissal entre o futebol europeu e o sul-americano.

Só descobriram agora?

É claro que não, embora tenham repetido o mantra de que futebol é futebol e tudo pode acontecer, mesmo que, desta vez, era de se supor que Diniz insistiria em seu modelo e morreria abraçado a sua maneira de ver o jogo, o que tornava a goleada quase inexorável.

"Morro teso, mas não perco a pose", e vamos que vamos para o suicídio coletivo, como Jim Jones, com todo respeito.

Coragem é uma coisa, atrevimento é outra e petulância uma terceira.

Lira sem limites

Não contente em chantagear o governo federal, Arthur Lira se meteu também na CBF, ao se juntar ao amigo, e encrencado, ex-prefeito de Boca da Mata, nas Alagoas, Gustavo Feijó, também ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol e pai do atual.

A dupla e o advogado Flávio Zveiter querem tomar a Casa Bandida do Futebol de assalto, com a cumplicidade dos banidos Ricardo Teixeira e Marco Polo "que não viaja" Del Nero.

Bem-sucedido no golpe que derrubou Ednaldo Rodrigues, aquele que desmentiu a crença de que baiano burro nasce morto, o triste trio de trastes está certo de que formará chapa única para ganhar a eleição e evitar a concorrência de Reinaldo Carneiro Bastos, o presidente da FPF que resolveu se lançar, decepcionado com a espinha subserviente de Rodrigues.

Bastos é a melhor opção para os clubes, sinal de que deve perder.

Férias

Melhor que desejar tudo de bom à rara leitora e ao raro leitor só mesmo informá-los sobre os 30 dias em que estarão livres deste colunista.

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