Julio Abramczyk

Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Julio Abramczyk

Não vacinação contra Covid e desinformação custam US$ 1 bilhão por dia nos EUA

Estimativa é conservadora e deve ter sido maior durante o surto da variante delta, dizem pesquisadores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Parece ser bem difícil convencer as pessoas sobre coisas que não existem, mas às vezes é possível.

Nos Estados Unidos, a desinformação sobre a vacina contra Covid-19 e a não vacinação têm um custo estimado de US$ 1 bilhão diário. E esses valores são conservadores, segundo o professor Richard Bruns e colaboradores do Centro de Segurança Sanitária da Universidade Johns Hopkins/Faculdade de Saúde Pública Bloomberg, EUA, responsáveis pela estimativa.

O número tem por base custos de hospitalização, tratamento de sequelas da Covid e avaliação de vidas perdidas. A estimativa ainda diz respeito a taxas de transmissão relativamente baixas durante os meses de junho e julho deste ano.

Ao fundo, pessoas sentadas; em primeiro plano, dois avisos feitos em folhas de papel: o superior conta com a mensagem "Sala de Vacina"; e o inferior é uma flecha que aponta para a direita
Brasil alcança marca de 70% da população adulta totalmente vacinada contra Covid-19; na foto, vacinação contra Covid na UBS Jardim Irene, em Santo André, São Paulo - 20.out.2021 - Marlene Bergamo/Folhapress

"Os danos da não vacinação e os custos associados à desinformação foram muito maiores durante a onda da delta", afirmam os pesquisadores.

A desinformação responde por entre 5% e 30% do US$ 1 bilhão, ou seja, de US$ 50 milhões a US$ 300 milhões de custos diários desde maio de 2021, momento em que as vacinas contra a Covid já estavam ampla e gratuitamente disponíveis para a maior parte dos adultos dos EUA, apontam os pesquisadores.

Segundo Bruns e colaboradores, informações falsas ou enganosas relacionadas à saúde e propagadas deliberadamente podem prejudicar perigosamente a resposta a uma crise de saúde pública.

No Brasil, na semana passada, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizer em sua live que "vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]", as buscas no Google cresceram 3.000% para "Aids" e 1.500% para "HIV", em comparação com as 48 horas anteriores.

Essa desinformação, explicam os especialistas em saúde pública, tem contribuído para reduzir a confiança nos médicos em ações destinadas a conter a transmissão da doença e principalmente a perda de vidas humanas.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.