Dos 73 episódios de “Game of Thrones”, 22 têm 100% de resenhas positivas segundo o site Rotten Tomatoes, que compila críticas profissionais e do público. Só 4 (5%) somam menos de 70% de resenhas elogiosas.
Mas os dois episódios que encerraram oito anos da saga criada por George R.R. Martin, transformada em série pelos roteiristas David Benioff e D.B. Weiss, são um fracasso pop: 48% dos críticos gostaram —esta colunista é um deles. Entre o público, o quadro é pior.
Há quem preferisse outro destino para seus heróis e quem veja pontos mal explicados. A esses últimos, a coluna pediu, no Twitter, perguntas para explicar por que gostou do desfecho, embora concorde que há sobressaltos na edição desde o início da série.
@CwEsLeY_175: Por que dotrakis e imaculados, sedentos de vingança, não matam Jon Snow e o Tyrion?
Os imaculados e Verme Cinzento sempre foram legalistas e esperavam a decisão do novo (ou nova) monarca. Verme já dissera a Missandei que queria deixar Westeros. Já os dotraki sumiram do nada —sempre foram bárbaros sem interesse em Estado organizado, mas precisavam ter tido um desfecho.
@Alifas: Por que correram nas últimas temporadas?
Faltaram os livros, e os efeitos especiais consumiram MUITO dinheiro —o orçamento passou de US$ 6 milhões por episódio na primeira temporada para US$ 15 milhões nesta. Eu preferia dez episódios por ano.
@FlowersTayTay: Drogon tendo consciência política e não matando o Jon?
Pois é, dragões racionais desde quando? Destruir o trono, razão da morte de Daenerys, e não o assassino é ótimo como decisão racional. Ou os roteiristas querem dizer que isso é óbvio a ponto de um animal ver?
Fora resolver uma guerra que durava anos em minutos. Pós-guerras são períodos de busca por consenso e partilha de poder, além de esforço pela manutenção da paz. A ONU surgiu assim. A conclusão de GoT é que há, na política, possibilidades mais espertas do que se matar por poder.
@isabellapaulago: Por que Dorne e Ilhas de Ferro não pediram independência? Ninguém cogitou Gendry rei?
Os reinos têm autonomia —Dorne e as ilhas seguirem assim me lembra a União Europeia. E Gendry não dava, já fora dito que a linhagem Baratheon estava fora da sucessão.
@KalelAlmadiem: Para que Jon se descobrir Targaryen se depois não serviu para nada?
Ele ser Targaryen abala a reivindicação de Daenerys pelo trono e cria um conflito que faz a história culminar na transição de uma monarquia hereditária sangrenta para um quase parlamentarismo.
@Leao_Paraguaio: Para que os Imaculados vão formar a própria casa se não podem ter filhos? Por que toparam o Norte independente?
A Casa dos Imaculados vale para que essa geração seja livre. Já o Norte sempre foi independente e aliado do trono em Porto Real, isso é dito. Sansa preservar o status é o prêmio dos Stark na divisão do bolo.
@asiLSDying2: Por que Bran, sem ambição, no fim revela que esperava sua coroação?
A escolha de Bran é de Martin (dita em entrevistas), e para mim significa que o rei serve só como figura respeitada e as decisões passarão para o Parlamento (conselho), onde Tyrion manda. Como ocorre no Reino Unido. Mas tenho dúvida se quando Bran diz “como acha que cheguei até aqui” ele insinua que foi para reinar ou que não sobreviveria se não tivesse capacidade de resolver problemas.
@juliguidolin: Por que ninguém diz que Jon é Targaryen naquele julgamento ridículo? Por que bani-lo se o Norte ficou independente?
Jon era ali ao mesmo tempo herdeiro do trono e assassino —pense em foro especial. Precisava ser punido, mas sua morte incitaria nova revolta dos que o queriam no trono. Com o desterro, acalmam-se os dois lados, e ele, que nunca quis poder, vive feliz com os selvagens. E Sansa acolhê-lo reiniciaria toda a guerra.
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