Luiza Duarte

Correspondente na Ásia, doutora em ciência política pela Universidade Sorbonne-Nouvelle e mestre em estudos de mídia pela Universidade Panthéon-Assas.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Luiza Duarte

O inverno está chegando

Cidades asiáticas têm pior qualidade de ar do mundo; com queda de temperaturas, poluição é mais grave e frequente

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rishikesh (Índia)

O norte da Índia enfrenta uma onda de poluição severa.

Depois dos fogos de artifício que marcam o festival hindu Diwali, a festa das luzes, voos chegaram a ser cancelados pela baixa visibilidade na capital, aulas foram suspensas por dois dias e os cerca de 26 milhões de habitantes da grande área de Nova Déli —uma das maiores zonas urbanas do mundo— estão tendo que evitar atividades físicas ao ar livre e adotar um esquema de rodízio de carros.

O alto nível de poluição nessa época do ano é gerado principalmente por queimadas para limpar áreas agrícolas em estados vizinhos, mas veículos, indústrias e a intensa queima de fogos também contribuem para a excessiva concentração de partículas no ar.

Fogos de artifício explodem no céu de Nova Déli, durante o festival Diwali - Sajjad Hussain/AFP

Com a queda das temperaturas no hemisfério norte, cresce a demanda por energia, para luz e aquecedores. A matriz energética de diversos países asiáticos, como dos gigantes China e Índia, ainda é dominada pelo carvão, um grande vilão do ar puro. 

Das cem cidades mais poluídas do planeta, apenas quatro não estão na Ásia. A má qualidade do ar é uma problema de saúde pública na região. É responsável por mortes e doenças e seu impacto econômico pode ser calculado.

Hoje, quem pousa em Déli, ao sair do avião lembra do horizonte opaco de Pequim. Céu coberto por densa névoa amarelada, janelas fechadas, aparelhos para purificar nas lojas e pessoas usando máscaras. São cenas comuns nas grandes cidades chinesas, mas não só.

Há cinco anos, a China assumiu que o problema da poluição precisava ser enfrentado e tomou medidas que aliviaram a situação, em especial na capital. Impôs restrições ao uso do carvão e a atividades industriais em dezenas de cidades, mas ainda há um longo caminho pela frente até que os chineses possam respirar sem medo.

O relatório global sobre poluição do ar em 2018, do Greenpeace e IQAir AirVisual, mostra que 15 das 20 cidades com pior qualidade do ar estão na Índia. A China segue bastante presente na lista de piores.

Até janeiro, o governo indiano não tinha um plano nacional para melhorar a qualidade do ar. Lançou o Programa Nacional pelo Ar Limpo, que pretende, em cinco anos, reduzir em até 30% a poluição do ar em 102 cidades.

Uma iniciativa ambiciosa que recebeu críticas por falta de financiamento adequado e de mecanismos para alcançar esse objetivo.

Vendedor sopra bolhas de sabão sob condições de poluição pesada em Nova Déli - Jewel Samad/AFP

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.