Lygia Maria

Mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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Lygia Maria

O que o Universo nos diz?

Diante da imensidão do tempo e da vastidão do espaço, difícil não pensar sobre a origem e o sentido da vida

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A Terra parou para ver as fotos do telescópio James Webb. Uma delas mostra um gigantesco aglomerado de galáxias, algumas com 13,2 bilhões de anos (o telescópio Hubble já havia captado essa imagem, mas não com a nitidez do Webb). Estima-se que o Universo tenha 13,8 bilhões de anos, logo, estamos perto do início de tudo o que há: a Via Láctea, a Terra, eu, você e os átomos que formam sua xícara de café.

Mas isso importa para nós, leigos? Segundo pesquisas na área de divulgação científica, bastante: entre os temas científicos de maior audiência, em primeiro lugar está a saúde (remédios, doenças etc.) e, em segundo, a astronomia.

Esse interesse é ancestral. O céu sempre fascinou o homo sapiens. Não há tribo ou civilização que não tenha usado céu, estrelas e planetas tanto de forma utilitária (localização, planejar a agricultura, navegar etc.) como de forma mítica (narrativas sobre a origem do mundo, do homem e sobre a morte).
Com o desenvolvimento da astronomia e da engenharia, nos tornamos mais ativos em relação ao Cosmos. Carl Sagan descreveu esse vínculo quando disse "somos feitos de poeira das estrelas" e, por isso, "o ser humano é uma forma de o Universo conhecer a si mesmo".

Assim como o Universo é uma forma de nos conhecermos melhor. Ao nos depararmos com a imensidão do tempo e a vastidão do espaço, ficamos pequenos e, às vezes, nossos problemas também. Colocamo-nos em perspectiva como espécie rara no Cosmos e refletimos sobre a conservação dessa raridade. Questionamo-nos sobre a origem, o fim e o sentido de tudo o que há.

Por isso a astronomia funciona como ponto de interseção entre a ciência, a filosofia e até a estética. Como disse o matemático Poincaré: "O cientista não estuda a natureza porque é útil; ele a estuda porque sente prazer, e ele sente prazer porque a natureza é bela". Obrigada, telescópio Webb, por ter pincelado um pouco de beleza em nosso noticiário cotidiano tão violento e conturbado.

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