Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Marcos de Vasconcellos

Alta do aço puxa ações e empurra fundos imobiliários

Brasil produziu quase 15 milhões de toneladas no primeiro semestre; a maioria foi vendida para o mercado interno

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Os números impressionam: o Brasil nunca produziu tanto aço no primeiro semestre de um ano quanto agora. Foram praticamente 15 milhões de toneladas de aço bruto, segundo acaba de ser divulgado pelo Instituto Aço Brasil.

Vendemos no mercado interno 10 milhões de toneladas de aço e, nessas peculiaridades do setor, exportamos 4,3 milhões de toneladas, ao mesmo tempo em que importamos 2 milhões de toneladas.

“Os dados mostram que a indústria brasileira do aço está produzindo e colocando no mercado interno mais aço do que vinha sendo demandado antes da pandemia”, disse o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes.

Ainda assim, os preços praticados também estão em patamares recordes e as construtoras já foram até o ex-super ministro (hoje ministro da Economia) Paulo Guedes pedir a redução de imposto de importação do aço por um período de seis meses a um ano. A ideia, é gerar um “choque de oferta” e reduzir os preços.

Homem trabalha em linha de produção de aço em Osasco, na Grande São Paulo
Linha de produção de aço em Osasco, na Grande São Paulo - Danilo Verpa - 28.jun.07/Folhapress

Difícil é imaginar uma redução nos preços com o preço do minério de ferro na disparada que vem se seguindo. Depois de um leve respiro após o pico dos preços em 12 de maio, o minério voltou a subir, oscilando com as ameaças de interferência da China.

Com o minério, já falamos aqui, sobem as ações da Vale e de siderúrgicas, como CSN, Gerdau e Usiminas, cujos papéis têm sido recomendados por analistas de casas como XP e BTG Pactual. O banco de investimentos afirmou, inclusive, que este é o “melhor cenário” observado para o setor nos últimos anos.

Quem comprou ações da Vale (VALE3), aliás, teve uma boa surpresa essa semana, com a mineradora anunciando pagamento de dividendos de R$ 2,17 por ação, que não estavam no cronograma.

O preço do aço, claro, dói na construção civil. Com o aumento dos custos, o lucro das incorporadoras caiu praticamente pela metade no primeiro trimestre do ano.

A Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) anunciou que o número de lançamentos imobiliários caiu 60% no primeiro trimestre deste ano em relação aos último três esses de 2020.

A queda nos lançamentos, na ocupação comercial, nas margens, levou também o preço dos aluguéis de imóveis comerciais a cair. O índice FipeZap, que mede a variação anual do preço médio de locação comercial, caiu 0,47% até abril, enquanto a inflação (IGP-M) subiu 32,02%.

Com isso, enquanto o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações, já bateu novo recorde, passando dos 130 mil pontos, 12 mil acima do pico atingido antes da pandemia, o Ifix, índice dos fundos imobiliários, hoje está 10% menor abaixo do pico antes do desabamento do mercado com a crise da Covid-19.

Agora, com o avanço da vacinação, analistas apontam visão otimista com o mercado imobiliário para quem mira além do curto prazo. A retomada das atividades deverá aumentar a demanda por lajes corporativas, bem como o avanço da economia pode servir para ampliar a necessidade de galpões logísticos e shopping centers.

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