Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Descrição de chapéu Natal juros Estados Unidos

Um 'rali' de Natal adiantado

Atenção aos sinais do Fed agora pode ajudar a engordar a ceia no fim do ano

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Você já decidiu onde vai investir o bônus de fim de ano ou o 13º salário? A entrada desse dinheiro novo é, em parte, responsável pelo que chamam de "rali de Natal" —a alta da Bolsa no período que costuma anteceder as festividades de fim de ano.

É mais lenda do que ciência, mas, além da injeção, o que também explica a tradicional valorização dos ativos nesses dias é o fato de investidores institucionais (aqueles donos do dinheiro do mundo) montarem suas posições e saírem de férias, diminuindo a movimentação abrupta de grandes valores.

Assim, os altos e baixos ficam por conta dos chamados investidores pessoa física —gente como a gente.

Dinheiro do 13º e de bônus do final do ano faz Bolsa subir; entenda os motivos - Gabriel Cabral/Folhapress

O Bank of America registrou que as últimas semanas tiveram entradas financeiras significativas no mercado americano, com uma injeção de US$ 40 bilhões, sendo US$ 16,5 bilhões em ações, US$ 4 bilhões em títulos de dívida e US$ 700 milhões em ouro.

Há quem já esteja culpando o "rali de Natal" —apesar de me parecer cedo demais para isso— pela alta das Bolsas mundiais. Veja que o índice MSCI All-Country World, espécie de Ibovespa que abrange quase 3.000 empresas em 23 mercados desenvolvidos e 24 emergentes, registrou um ganho de 7,6% só no mês de novembro. E os ganhos estão tanto nos emergentes quanto em economias como da Europa.

O otimismo vem, em parte, de mais de 95% dos players do mercado acreditarem que o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, manterá as taxas de juros inalteradas na próxima reunião do Fomc (o Copom de lá), que acontece no meio de dezembro. Isso, como você sabe, reduz a atratividade dos títulos do Tesouro e aumenta o apreço por ativos de risco, como ações.

Além disso, a guerra em Gaza parece, cada vez menos, envolver grandes players da economia mundial, ao mesmo tempo em que a China tem enviado bons sinais sobre como pretende contornar sua última crise imobiliária.

Mas partiu do Bank of America um alerta recente contra qualquer exagero no otimismo. No último dia 20, os estrategistas do banco apontaram que seu indicador de mercado está em "extreme bearish", ou seja, no ponto contrário de um bull market. Algo como "totalmente pessimista".

Os analistas apontam que ainda há títulos públicos muito valorizados, com capacidade de drenar dinheiro do mercado —de forma que a movimentação recente pode não se sustentar. Caso alguma peça do quebra-cabeça mundial se desencaixe novamente, os investidores institucionais têm bons ativos livres de risco para os quais correr.

Um espirro em Wall Street, você sabe, pode significar uma semana de febre e cama para a Faria Lima. Logo, ter atenção aos sinais do Fed agora poderá te ajudar a engordar a ceia de Natal e a comprar o material escolar em janeiro.

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