Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Coronavírus

Coronas do submundo reciclam golpes contra o consumidor

Já nas nas redes sociais, imperam notícias falsas relacionada à política e ao coronavírus

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Golpistas não livram a cara de ninguém, mesmo nesta dura fase de nossas vidas. Há de tudo nos atos destes coronas do crime: reciclagem de golpes antigos, como o do motoboy (cujo nome ofende profissionais que se arriscam para nos entregar todo o tipo de produto); email marketing de vitaminas e suplementos para ‘reforçar a imunidade’; pessoas que tentam invadir prédios sob o disfarce de agentes que fazem exames da Covid-19.

O golpe do motoboy, para quem não se lembra, começa com o ‘aviso’ de que clonaram nosso cartão de crédito. A partir daí, pedem que entreguemos senhas e até chip do celular para um entregador retirar.

Outro engodo delivery, digamos, ocorre depois de pagarmos a entrega do produto solicitado, na entrada do prédio ou de casa. A alegação é que faltou alguma taxa. O golpista, então, digita um valor bem elevado, em uma maquininha com o visor danificado.

Mas há mais: recebi, há alguns dias, ligação atribuída ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para me oferecer cartão de crédito. Não era, obviamente, do INSS, e sim uma tentativa de negócio, na melhor das hipóteses.

Alguns familiares de pessoas internadas com coronavírus estão recebendo ligações de golpistas - Ricardo Borges/Folhapress

Em alguns casos, não são mutretas, mas ações que invadem nosso confinamento. O telefone fixo, para o qual raramente havia ligações, agora toca várias vezes ao dia, com ofertas de planos funerários, vitaminas e de centro médicos para consultas e exames avulsos.

Há várias razões para termos muito mais cuidado atualmente para não cair nestas esparrelas. Principalmente porque ficamos muito mais tempo conectados. Em isolamento social, o home office se mistura ao lazer e à troca de mensagens.

Além disso, ficamos mais carentes em um período em que uma doença ceifa as vidas de milhares de pessoas, e isso às vezes nos torna menos atentos às mensagens recebidas.

Nas redes sociais há muitas notícias falsas, a maioria relacionada à política e ao coronavírus. Diariamente, lemos dezenas ou centenas de mensagens.

A propósito, o WhatsApp tem publicado anúncio sobre como se proteger de golpes no ... WhatsApp. As dicas foram: não compartilhar o código de ativação; ativar a confirmação em duas etapas; não instalar apps de terceiros nem compartilhar informações pessoais, e desconfiar de ligações de empresas se o atendente for muito informal.

O alerta tem razão de ser. Até a semana passada, uma falsa oferta de cerveja Heineken chegou a quase 160 mil pessoas. A isca era um falso “prêmio” de quatro barris de cerveja para ficar em casa durante a pandemia. Após responder a diversas perguntas inofensivas, as pessoas tinham de compartilhar a promoção com 10 contatos ou grupos, para ganhar o brinde. Ao fazer isso, na verdade, abriam o canal para que os criminosos enviassem notificações e links maliciosos.

Sempre é bom lembrar que, até agora, não há vacina e nem remédio para combater os efeitos da Covid-19. As doações, que têm sido muito importantes para os mais necessitados, destinam-se aos segmentos mais frágeis socialmente. Não há doações de cerveja, vinho ou chocolates para pessoas de classe média.

Só doe a instituições reconhecidas e respeitadas. Os contatos são divulgados em matérias de veículos de comunicação sérios ou em sites como o da Prefeitura de São Paulo, dentre outros.

Itens importantes para a proteção individual e coletiva, que ajudam a evitar o contágio pelo coronavírus, como álcool em gel, não devem ser comprados se não houver confiança no vendedor. Já houve muitos casos de falsificação do produto.

Máscaras para o público em geral, porém, que não têm o mesmo nível de exigência das cirúrgicas —estas sim, utilizadas por médicos, enfermeiros e outros profissionais em contato direto com pessoas infectadas—, podem ser compradas a partir de indicações de amigos e vizinhos. Com isso, além de se proteger, você estará ajudando costureiras e outros profissionais que encontraram uma forma de sobreviver e de ser úteis em plena pandemia.

Atenção: geralmente, prefeituras e governos estaduais não costumam enviar agentes às residências para nos vacinar contra a gripe ou colher exames que identifiquem a Covid-19. Se alguém se apresentar desta forma, entre em contato com a repartição para a qual ele alegue trabalhar.

Questionários sobre a doença são feitos pela Internet ou por telefone, mas não solicitam informações sigilosas, como dados bancários e financeiros dos cidadãos.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.