Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Coronavírus

Consumidor é vital contra o coronavírus

Não há razão para encher quatro ou cinco carrinhos de compras a cada ida ao mercado

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Em uma gravíssima crise, como esta pandemia de coronavírus, cada um tem de fazer a sua parte. Para minha (boa) surpresa, governantes e empresas de várias regiões do país têm agido para reduzir o sofrimento da população.

Médicos, enfermeiros, jornalistas e o Ministério da Saúde, em especial, têm se esforçado para dar conta de tal desafio. Mas o consumidor também precisa fazer sua parte e ajudar a combater o desabastecimento de mantimentos e remédios, sem aumentar artificialmente sua demanda.

Não há razão para encher quatro ou cinco carrinhos de compras a cada ida ao mercado, como foi feito nas últimas semanas. Nem para acabar com os estoques de álcool em gel e máscaras. E muito menos, ainda, para tirar das prateleiras remédios que combatam doenças crônicas, simplesmente porque algumas pessoas compraram diversas caixas, por medo de que faltassem no futuro.

Foi por essa razão e por questões de logística que supermercados delivery interromperam as vendas. E que faltam itens fundamentais ao nosso dia a dia. Vejamos o caso do álcool em gel. Ele é mais indicado fora de casa.

Mercado na região central de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

No lar, água e sabão são mais do que suficientes. Por que, então, estocar tantas unidades?
Máscaras são essenciais a quem tenha sintomas de doenças respiratórias e às pessoas obrigadas a continuar trabalhando em plena quarentena.

Também não há justificativa para, nas raras saídas justificáveis, como ir ao supermercado e farmácia, os pais levarem crianças com eles. Ou que um casal de idosos vá às compras ao mesmo tempo, duplicando o risco de contágio.

Poucas vezes em que tive de sair, notei também a formação de filas sem o espaço recomendado entre as pessoas. O ideal seriam dois metros entre cada um.

Quem estiver em casa e, com muita sorte, conseguir comprar online, ou for com todo o cuidado a um supermercado, deve dar preferência a alimentos que ‘rendam’, ou seja, arroz, feijão, carne e macarrão, em lugar dos ultraprocessados, que não fazem bem à saúde. Deve evitar o consumo exagerado de biscoitos, doces, salgadinhos, embutidos e guloseimas.

Parabéns às operadoras que abriram canais pagos para que as pessoas retidas em casa pudessem se divertir! Aos meios de comunicação que tornaram as notícias sobre o vírus disponíveis também aos não assinantes! Obrigado aos médicos e enfermeiros que arriscam suas vidas para nos cuidar! Aos bravos atendentes de farmácias, supermercados e padarias! Aos que trabalham nos condomínios e nas fábricas que ainda não fecharam! Aos entregadores de serviços delivery e aos motoristas de táxi, aplicativos, ônibus e outros transportes coletivos! A todos que trabalham enquanto estamos em quarentena!

Uma vaia aos aproveitadores que divulgam vídeos e emails sobre produtos que ‘fortaleceriam’ a saúde para evitar a Covid-19. Isso não existe. Também não há remédios nem vacinas, por enquanto.

Espero, sinceramente, que continuemos tendo acesso a produtos de primeira necessidade. E que nos convençamos, e me incluo aqui, a ser mais solidários e cooperativos. Sozinho, ninguém vencerá este vírus maldito.

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