Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Consumo consciente tem de ser o novo normal

Informe-se sobre o que compra; tente saber a procedência de alimentos, bebidas e roupas

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Não é impressão sua: o mundo está se aquecendo rapidamente. Junho de 2020 foi o terceiro mais quente em 141 anos. Honestamente, não sei se será possível reverter integralmente esta situação. Mas temos obrigação, como consumidores e cidadãos, de optar por produtos e serviços que não piorem este quadro, ou a vida neste planeta se tornará insuportável.

Mas por que é tão importante evitar que as temperaturas continuem subindo, se tantas pessoas comemoram um inverno quente como este? E o que nós, que não somos políticos nem donos de grandes empresas, podemos fazer para tentar frear este aquecimento?

Em relação à primeira pergunta, à medida que a Terra fica mais quente, aumenta a desertificação, há longos períodos de estiagem, secas mais prolongadas, furacões, inundações, disseminação de doenças, perda de safras, dentre outras catástrofes. Não é por acaso que a nuvem de gafanhotos, que está na Argentina perto da fronteira com o Rio Grande do Sul, ameaça as culturas agrícolas daquele estado.

Então, quem gosta de calor, curta a primavera e o verão, mas não torça para que os termômetros subam sem parar no outono e no inverno, pois isso indica graves desequilíbrios ambientais e climáticos.

O que fazer? Informe-se sobre o que compra. Tente saber a procedência de alimentos, bebidas e roupas. Verifique se os eletroeletrônicos atendem ao programa de redução de consumo de energia. Se o veículo tem opção de combustível menos poluente.

Consumo consciente, portanto, é adquirir produtos cuja fabricação, distribuição e venda não impliquem exploração de trabalhadores nem de animais, e que não prejudiquem o meio ambiente. Além disso, é evitar o consumismo, a compra compulsiva, pois qualquer item produzido necessita de água, energia e matérias-primas.

É com esse sentido, por exemplo, que há grande investimento em energias alternativas, que aproveitam os ventos (eólica) e o sol (solar).

Mas, acima de tudo, repense seus hábitos de consumo. Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, em torno de 69 milhões de brasileiros –42% da população adulta– pretendem comprar menos nos próximos meses, em comparação a antes da pandemia.

É óbvio que isso reflete questões agravadas pelo combate ao coronavírus, principalmente a redução de renda de empregos e negócios. Mas muitas pessoas também perceberam que poderiam viver bem sem comprar tanto.

Proteger o meio ambiente e lutar contra o aquecimento global não é tarefa exclusiva de grupos organizados. Até porque dependemos do ambiente para viver com mais saúde.

Conforme o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a integridade do ecossistema evidencia a saúde e o desenvolvimento humano.

Logo, se não quisermos ter de passar outros períodos em quarentena, devido a epidemias ou pandemias causadas por zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais e seres humanos), teremos de prestar muita atenção ao que compramos.

Modificar padrões de consumo ajudará a evitar que o aquecimento global seja ainda mais rápido, intenso e ameaçador.

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