Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus

Passar pano nos alimentos ultraprocessados é afronta ao direito à informação

Não se trata de opinião de quem redigiu o guia; produtos com muito sal, açúcar e gordura são ameaça à saúde

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Depois do terraplanismo, das queimadas e da tentativa de reeditar a CPMF, pensei que nada mais me surpreendesse negativamente. Mas o Ministério da Agricultura quer que o Ministério da Saúde altere seu Guia Alimentar para a População Brasileira, nas orientações relativas a alimentos ultraprocessados.

‘Passar pano’ neste tipo de alimento industrializado – por motivos econômicos – é uma afronta ao direito à informação, expresso no Código de Defesa do Consumidor. Mais um retrocesso neste ‘enfumaçado’ período de nosso país.

Primeiramente, temos de entender que, sim, o melhor para a saúde seria consumir alimentos in natura (diretamente das plantas e dos animais) ou minimamente processados (submetidos a processos como limpeza, moagem e pasteurização).

In natura, por exemplo, são folhas, frutas, verduras, legumes, ovos, carnes e peixes. Minimamente processados, dentre outros, arroz, feijão, lentilhas, sucos de fruta sem açúcar, leite e massas frescas.

Produtos extraídos de alimentos in natura, como óleos, gorduras, açúcar e sal, devem ser usados com parcimônia para cozinhar e temperar a comida.

Processados são os alimentos que recebem adição industrial de sal, açúcar, gordura ou outro ingrediente (como vinagre), a fim de se tornar mais duráveis, saborosos e atraentes. São os casos de compotas, conservas, extratos de tomate, queijos e pães.

Ultraprocessados são formulações industriais que contêm aditivos: barras de chocolate, geleias, sorvetes, biscoitos, barras energéticas, sopas, macarrão instantâneo, salgadinhos chips, refrigerantes e congelados prontos para o consumo (massas, pizzas, hambúrgueres etc.).

Ninguém está proibindo as famílias de comer um sorvete ou chocolate de vez em quando. Nem sequer sugerindo que deixem de ingerir carne. Essas decisões são pessoais e familiares. A função do Guia Alimentar é apontar os produtos mais saudáveis, e os riscos dos mais processados.

Não se trata de opinião de quem redigiu o Guia: efetivamente, produtos com muito sal, açúcar e gordura ameaçam a saúde. Podem ocasionar ou amplificar enfermidades como hipertensão arterial e diabetes, além de afetar os índices de colesterol e de triglicérides (gorduras do organismo). Tal consumo também pode potencializar fatores de risco de tumores cancerígenos.

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