Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Qual seria o plano B de Steve Jobs para a dependência digital?

Talvez ele nos respondesse que não há sistema à prova de falhas

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O que é feito dos equipamentos eletrônicos depois que a tecnologia os aposenta? Alguns voltam com sucesso, no nicho dos aficionados, como tem sido o caso dos toca-discos para ouvir gravações em vinil. E esse retorno, digamos, reaquece alguns segmentos da indústria.

Lojas de vinil em São Paulo após pandemia. Detalhes da decoração e prateleiras com discos variados da loja ERIC DISCOS em Pinheiros. Especializada em vinil desde 1978. - Eduardo Knapp - Sao Paulo, SP, BRASIL, 24-10-2022/Folhapress

Outros como videocassete, videolaser, gravador, walkman, iPod, ficaram mesmo pelo caminho. Se o genial Steve Jobs não tivesse partido tão precocemente, certamente estaríamos tratando aqui de um plano B para a dependência digital, e de novidades que substituiriam smartphones, apps e outros ícones de hoje.

Isso acontece, a propósito, em todos os segmentos industriais, pela obsolescência programada –material e tecnológica. E nós pagamos, literalmente, por isso.

Uma pessoa de 80 anos provavelmente já usou, e em muitos casos comprou, vários tipos de aparelhos de som, de televisão e de computador, entre outros. E há vários produtos substituídos pelo smartphone, que por sua vez aposentou o celular, usado para falar, vejam só.

E as funções do smartphone, então, concentraram em um só aparelho o que era feito por inúmeros equipamentos e em endereços físicos de nosso dia a dia: agências bancárias físicas, agenda de telefones, álbum de fotografias; calculadora, calendário, carteirinha do plano de saúde, cartões de crédito, cheques e dinheiro em espécie; computador e notebook, controle remoto, documentos (RG, CPF, carteira de trabalho, carteira de motorista, título de eleitor, IPVA, SUS); editores de texto, games, guia de ruas; lojas físicas e virtuais; máquinas fotográficas e filmadoras; passagens de ônibus e de avião; pedômetro (contador de passos); rádio, relógio, cronômetro e despertador; scanner; supermercados; tíquete de estacionamento; toca-discos, videocassete.

Por isso, o apagão virtual —que impactou voos, operações bancárias, fornecimento de energia etc. —, chamou a atenção de todos nós, dependentes da tecnologia em larga escala. Foi estranho, por exemplo, ver companhias aéreas emitirem cartões de embarque escritos a mão.

Por ataque de hackers ou por falha de sistema, talvez sejamos obrigados a retirar dos armários e dos fundos das gavetas relógios, despertadores, documentos impressos, cartões e até um sólido aparelho de rádio, para ouvir as notícias sobre o caos digital. Seria muito bom poder perguntar o que fazer a Steve Jobs. Talvez ele nos respondesse que não há sistema à prova de falhas, e que é sempre bom ter um plano B.

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