Que comecem os protestos! Podem reclamar que o país continua na pindaíba e o povo vai passar uma semana com a cabeça dentro do buraco da alienação. Tá é pouco. Precisamos de um decreto que emende o Carnaval à Páscoa. Passaremos a Quaresma em pecado, mas lá se vai um quarto do ano. Ufa!
A gente precisa é de mais para aguentar o Brasil da Damares, do Ernesto, do Vélez, do Huguinho, Zezinho e Luizinho, do Queiroz e dos candidatos-laranja. Dois meses de governo já rendem um baita samba enredo para alguma escola em 2020. Quem canta seus males espanta. Sou do bloco "PT já foi tarde", mas está claro que trocamos seis por duas notas de três. Não valem nada. Haja cachaça e antiácido.
Vem, Carnaval, que a gente precisa de festa, de alegria, de gente afrontosa, com pouca roupa e muita disposição. Ahhh, mas o povo não tem emprego, não tem esgoto, não tem educação, não tem hospitais. Pois é. E o que não foi resolvido em décadas não mudará em uma semana. O "Brasil dos novos tempos" pode esperar mais um tantinho. A gente precisa dessa pausa para respirar. Ahhh, mas acabamos de ter os feriados do fim do ano. Pra você ver, no Brasil só o feriado salva.
Tem mais, o país só começa depois do Carnaval, e "depois do Carnaval" é logo ali. Até mesmo Bolsonaro e sua equipe têm levado isso muito a sério. É só o que explica não terem percebido que a eleição acabou e são agora situação. E a situação é que o país segue na merda.
Vem, Carnaval. Para desespero de Damares, vai ter menino de rosa, menina de azul, ou de peito de fora. O calor está de matar e "meu corpo, minhas regras". Ministro Vélez queria que os alunos cantassem o hino e repetissem o slogan da campanha. Do jeito que a coisa anda, a única coisa que combina com o que vimos até agora é: "Cerveja acima de tudo. Carnaval acima de todos". Quer ouvir hino, ministro? Experimente "Terremoto", da Anitta & Kevinho.
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