O PSDB do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, está preocupado, segundo o repórter especial Igor Gielow, com a abstenção e com "o crescente foco na situação de seu vice, Ricardo Nunes". Com a abstenção não há muito o que fazer, vide os números de Covid, que só crescem.
Sobre Nunes, a "preocupação" poderia ter sido evitada se detalhes de sua vida pregressa tivessem sido levados a sério como deveriam. E uma acusação de violência doméstica não é exatamente um detalhe.
Covas deveria ter aprendido alguma coisa com a lição que Eduardo Paes, candidato à Prefeitura do Rio, teve que amargar em 2016 quando tentou eleger seu sucessor, Pedro Paulo, ignorando as denúncias que havia sobre ele. Por onde passava, arrancava gritos de "espancador de mulher".
Passou a campanha apenas se explicando sobre a acusação de ter agredido a então mulher. Nos boletins, conta que ela foi xingada de "vagabunda" e "piranha" enquanto "levava socos e pontapés". Quando Pedro Paulo viu que não iria nem para o segundo turno, apesar da boa popularidade de Paes, a vítima chegou a gravar um vídeo mudando a versão registrada, alegando que ele "apenas se defendeu".
Como venho repetindo, as pautas feministas vão influenciar cada vez mais os rumos de eleições, mesmo que seja de pouco em pouco. E muitos cariocas, que teriam votado num poste indicado por Paes, não aceitaram o seu escolhido com fama de agressor. O que vemos agora é o PSDB tentar esconder o vice, que fugiu da sabatina promovida pela Folha com Luiza Erundina, da chapa com Boulos.
O partido pensava que, acostumado a tanta corrupção, o eleitor fosse engolir as relações de Ricardo Nunes com empresas suspeitas de desvios de verba da educação. Mas esperava que pudessem pesar na escolha do voto as acusações de violência doméstica?
Infelizmente existe esse movimento feminista para atrapalhar tudo.
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