Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

A revolta das fraquejadas

Bolsonaro tem um motivo concreto para odiar as mulheres

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Jair Bolsonaro tem um motivo concreto para odiar as mulheres: parte da sua provável derrota vem da rejeição que ele cultivou nos últimos anos entre o eleitorado feminino.

O mesmo Bolsonaro que fez chacota do movimento #elenão na última eleição até que tentou, mas, se depender de nós, será atropelado. Não foi por falta de aviso. Somos a maioria e nossa participação guiará a agenda política e terá impacto profundo nos processos eleitorais.

Em 2018, o bolsonarismo ridicularizou a campanha feita nas redes que teve adesão até de Madonna e de Cher. De fato, hashtag não ganha eleição, mas levou milhares de mulheres às ruas e foi a semente do repúdio irrestrito ao candidato que virou presidente. Nenhum marqueteiro atinou para o fenômeno político, orgânico e suprapartidário que vem se consolidando e que encurralou Bolsonaro.

O #elenão foi comparado ao #resistance, protestos que lotaram as principais cidades americanas quando Donald Trump foi empossado. Mas a versão brasileira parece ter sido ainda mais poderosa, porque desde o início reuniu mulheres de todo o espectro, diferentemente da gringa, que começou como oposição democrata para depois reunir outras antitrumpistas.

Quatro anos depois, Trump foi derrotado com o voto de 55% das mulheres que ajudaram a dar a vitória a Joe Biden. O mesmo roteiro deve se repetir por aqui. Bolsonaro fez e desfez e não consegue crescer um ponto entre o eleitorado feminino, como mostra o Datafolha. Hashtag não derruba candidato? Nenhuma revolução se consolida da noite para o dia. Algumas levam décadas, esta levou quatro longos e difíceis anos, mas está perto do fim.

Em dezembro de 2021, Jair Bolsonaro foi filmado dançando um funk que comparava mulheres de esquerda a cadelas e dizia que o presidente tinha se casado com Cinderela. Que ele se lembre disso a cada voto feminino contra a sua reeleição.

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