Bandido da Luz Vermelha, que estuprou mais de cem mulheres, ganha biografia

João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, que aterrorizou São Paulo nos anos 1960, vai ganhar uma biografia no segundo semestre.

“Famigerado! - A Vida e o Tempo de João Acácio, o Bandido da Luz Vermelha”, de Gonçalo Junior, deve chegar às livrarias até setembro, pela editora independente Noir.

O pesquisador resgatou as 22 mil páginas dos 88 processos judiciais contra o assaltante e estuprador, além de ter entrevistado mulheres que foram vítimas dele, entre elas uma senhora paulistana que levou um tiro a um centímetro do coração e sobreviveu —o criminoso teria atacado cerca de cem mulheres. Gonçalo Junior diz ainda ter colhido um depoimento do advogado de João Acácio.

Nos processos, o biógrafo conseguiu o mapeamento de 154 mansões paulistanas invadidas pelo bandido, além de laudos psiquiátricos depois que ele foi preso.

O livro deve mostrar como João Acácio começou cedo na vida de crimes, além de falar da obsessão do bandido pela cantora Wanderléa, cuja casa ele sonhava invadir para pedir a artista em casamento. Ele chegou a escrever cartas para ela da prisão.

PASSADO Está no prelo, pela Carambaia, o romance “Enervadas”, assinado pela madame Chrysanthème, pseudônimo de Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos, autora da belle époque carioca. Raridade, a edição se baseará numa cópia encontrada pela crítica literária Beatriz Resende, que assina o posfácio da obra.

PASSADO 2 A autora, vinda de uma família de intelectuais, tem uma obra hoje quase desconhecida. No livro, ela conta a vida de um grupo de amigas —uma viciada em cocaína, outra ninfomaníaca, uma lésbica e uma mãe de família. Madame Chrysanthème faz um retrato da condição feminina no começo do século 20.

TEATRO A Temporal adquiriu os direitos de “The Power of Yes”, do dramaturgo britânico David Hare. É a primeira peça de Hare editada no Brasil, apesar de ele ter vindo à Flip em 2015, onde participou de uma das melhores mesas daquela edição. Premiada em 2009 pelo National Theatre de Londres, a peça mostra a busca de um dramaturgo para entender a crise de 2008.

TEATRO 2 A editora também vai publicar “Praça dos Heróis”, última peça de Thomas Bernhard, que é uma crítica política ao silêncio austríaco diante do antissemitismo. Em três atos, a obra conta a história de um professor judeu que se mata.