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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Brasilprev defende inclusão automática de funcionário em plano

Adesão à previdência complementar seria solução para problema de aposentadorias

Mão toca borda da  Carteira de trabalho e previdência social me fundo azul marinho
Carteira de trabalho e previdência social - Gabriel Cabral/Folhapress

Empresas de previdência complementar propõem que funcionários sejam incluídos automaticamente em planos corporativos assim que forem admitidos por empresas.

"A medida faz parte da solução do problema da Previdência no país", afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev e vice-presidente da FenaPrevi (federação setorial).

"Assim que contratados pelas companhias, seriam inscritos em um plano e teriam três meses para decidirem se querem ou não continuar. Seria um empurrãozinho."

Esses planos são vantajosos porque a cada aporte do funcionário, a empresa geralmente deposita a mesma quantia no fundo.

A inclusão automática foi adotada no Reino Unido e na Nova Zelândia, onde a adesão à previdência complementar subiu de 17% para 71% em seis anos, diz Valle.

"Em um primeiro momento, a procuradoria [da Fazenda brasileira] deu parecer contrário, mas não sobre o mérito. Entendeu que a alteração tem de ocorrer por lei, não pelo órgão supervisor."

Outra sugestão das entidades é que o governo amplie os benefícios tributários recebidos por algumas empresas em razão de contribuírem para a previdência complementar.

Companhias no regime de lucro real que oferecem fundo de previdência podem deduzir um percentual de sua folha de pagamento do Imposto de Renda. O mesmo não ocorre para aquelas no lucro presumido ou no Simples.

"A lei hoje permite que até 20% da folha de pagamentos sejam abatidos, mas só 6% vêm sendo utilizados", diz.

O tema ainda engatinha no governo. "Há o cenário de ajuste fiscal, mas essa discussão terá de ser feita por causa da Previdência."

Raio-X
Brasil Prev

R$ 29,8 BILHÕES
foi a contribuição bruta de beneficiários nos nove primeiros meses de 2017

R$ 812,3 MILHÕES
foi o lucro líquido nesse mesmo período

1,98 MILHÃO
é o número aproximado de clientes

 

Tivit investe R$ 150 milhões em expansão na América Latina

A Tivit, de tecnologia, acaba de iniciar operações em três países: no Paraguai e na Bolívia, com escritórios para prestar serviços de nuvem, e no México, onde instalou um data center.

Nessas filiais na América Latina e em novos produtos investirá R$ 150 milhões até o fim deste ano, segundo Carlos Gazaffi, vice-presidente da companhia.

"Temos clientes que abrem unidades na região e solicitam que também façamos uma expansão. Foi o que aconteceu nesses três casos."

A América Latina representa 15% do faturamento da empresa —os outros 85% estão no Brasil, afirma o executivo.

A companhia vai utilizar recursos próprios nesse aporte. Em setembro do ano passado, a Tivit desistiu de reabrir seu capital. O montante que seria levantado não seria destinado a investimentos.

"Seria uma oferta secundária, porém achamos que naquele momento as condições do mercado não estavam favoráveis. Não havia urgência porque a empresa hoje gera caixa", relata ele.

"Nossa opção foi suspender [a abertura de capital] e esperar uma melhor oportunidade para voltar a discutir o tema, mas não definimos uma nova data", diz Gazaffi.

"Não há planos de chegar a outros países neste momento. Nosso interesse maior é aumentar a escala dentro dos locais em que já operamos."

Raio-X
Tivit

R$ 1,7 BILHÃO
foi o faturamento em 2017

8 MIL
são os funcionários

10
são os países em que opera na América Latina

 

Minando expectativas

Em queda desde 2011, a produção mineral brasileira teve alta de 33% em relação a 2016 e totalizou R$ 104 bilhões em 2017, segundo o Ibram (instituto de mineração).

O resultado positivo ficou além da expectativa inicial de R$ 81 bilhões, afirma Cínthia Rodrigues, gerente de pesquisa do instituto.

O minério de ferro, carro-chefe do setor no país, alavancou o crescimento no período, diz a pesquisadora.

Seu preço subiu no mercado internacional por causa do aumento na demanda da China, seu principal comprador, de acordo com Rodrigues.

Houve também uma elevação no volume produzido, que fechou o ano em 430 milhões de toneladas. A Vale teve um aumento de 5,1% na produção do minério de ferro em 2017.

A previsão do Ibram para 2018 é que o crescimento se mantenha mas seja menor —apenas 6,25%. A diferença nos índices é influenciada pelo resultado de 2016, significativamente inferior na série histórica.

 

Troco para lá

A CNI (confederação da indústria) e outras 30 associações setoriais vão lançar, em março, uma coalizão contra barreiras não-tarifárias.

O objetivo é organizar uma base de dados com os obstáculos enfrentados pelos setores ao exportar. Essa compilação servirá de subsídio para o governo em discussões bilaterais, diz Carlos Abijaodi, diretor da confederação.

"Há exemplos, como de eletroeletrônicos barrados no México porque lá só aceitam certas especificações internacionais, ou de restrições para o suco de laranja brasileiro no Japão", diz ele.

"Não digo que vamos retirar todas as barreiras, mas vamos lutar por isso".

 

Robôs... A Vinícola Aurora comprou dois robôs para agilizar o escoamento de caixas de grande porte (BINs) na colheita de uvas em sua unidade de Bento Gonçalves (RS). Importadas da Alemanha, as máquinas custaram R$ 3,4 milhões.

...etílicos Na safra deste ano, mais de 35% do volume colhido chegou à vinícola por BINs. A Aurora é uma cooperativa com cerca de 1.100 produtores. Fechou 2017 com faturamento de R$ 515 milhões alta de 5% em relação a 2016.

 

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI, IVAN MARTÍNEZ-VARGAS e DIANA LOTT

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